Olá a todos,
A expressão "tempestade perfeita", do inglês “perfect storm”, refere-se a uma situação na qual um evento desfavorável é agravado pela ocorrência de uma combinação de outras circunstâncias ruins.
Abaixo apenas alguns exemplos entre Julho e Agosto de 2021
Uma seca incomum no Brasil, que encarece e compromete o fornecimento de energia elétrica ao Pais, devido à dependência de hidrelétricas para a geração. Ainda em Julho anunciou-se que a Amazônia passou a emitir mais CO2 do que absorve, e a região se aproxima da savanização.
No mesmo período, um frio extremo ocorreu nas regiões sul e sudeste do Pais, comprometendo safras de café e milho, por exemplo. Em um dado momento, mais de 40 cidades no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, tiveram ocorrência de neve.
O Brasil está secando.(Cataratas do Iguaçu, abaixo imagem de 06/2021)
Análises de imagens de satélite do território brasileiro entre 1985 e 2020 mostram que, em apenas 35 anos, há perda de superfície de água em oito das 12 regiões hidrográficas, em todos os biomas do Brasil. A redução de água doce no país entre 1991 e 2020 foi de 15,7%”.
Os dados são dos pesquisadores do MapBiomas, que é atualmente a plataforma com base de dados mais atualizada sobre as transformações da cobertura e uso da terra no Brasil. Somente a região do Pantanal perdeu 74% da água desde 1985.
Em 24 de Agosto de 2021, o Governo Federal do Brasil autorizou o início de plano de racionamento de energia, pela falta de geração em hidrelétricas devido a seca. O regime de chuvas em 2021 foi o pior em 90 anos.
Já em Maio de 2022, o numero de mortos devido a enchentes e deslizamentos, causados por chuvas no Brasil, superou o numero de vitimas fatais de todo o ano de 2021. (matéria jornalística - Junho/2022)
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Na América do norte, no Canadá, fez mais de 46°C em Julho, época do verão por lá, quebrando todos os recordes de calor no País. No EUA fez mais de 47°C, com incêndios enormes cobrindo ambos os países. Estes fatos foram amplamente noticiados.
Na Europa tivemos o recorde de calor no continente, com 48.8°C na Itália, provocando incêndios neste País. Grandes incêndios também foram registrados na Turquia, Grécia, França, Albânia, Portugal, Croácia e Espanha.
Incêndios por causa do calor foram registrados na Sibéria (Rússia), aonde fez mais de 38°C, e também na China.
Ainda na Europa, em Julho, houve as maiores enchentes registradas no Continente, atingindo países como Alemanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Suíça, com rios transbordando e centenas de mortos.
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Frio extremo em Fevereiro, no Hemisfério Norte
Em fevereiro de 2021, uma das principais manchetes do Mundo falava do frio no Texas, um dos estados mais quentes do EUA em que a temperatura estava a -15°C na época, a ponto do presidente Joe Biden aprovar em 20 de fevereiro, uma declaração de desastre no Texas, atendendo ao pedido do governador Greg Abbott. O estado já estava em emergência por conta das fortes tempestades de neve que aconteciam há dias. (Matéria Jornalística)
Além do Texas, Alabama, Oregon, Oklahoma, Kansas, Kentucky e Mississipi declararam emergências relacionadas ao inverno rigoroso em fevereiro último. Em fevereiro de 2021 a neve cobriu 72% do território dos EUA.
Depois do frio extremo em fevereiro de 2021, apenas 04 meses depois a América do Norte experimentava o mês de junho mais quente já registrado.
Ao longo dos anos temos vários exemplos de eventos climáticos diferenciados ou extremos, causando prejuízos e vitimando animais, plantas e seres humanos, sendo o foco de operações de reconstrução, socorro e resgate que envolvem US$ bilhões.
O ano de 2020 foi o mais caro de todos os tempos para condições climáticas severas, incluindo fortes tempestades, tornados e granizo, com US$ 63 bilhões em danos. Provavelmente estes números serão superados em 2021.
Código Vermelho
Voltando ao relatório do IPCC, é considerado o mais abrangente e conclusivo documento sobre a crise climática. Tem mais de 3 mil páginas e foi escrito por mais de 200 cientistas de 60 países, citando mais de 14.000 estudos individuais. Vem sendo chamado de "código vermelho para a humanidade".
O relatório mostra que o mundo provavelmente atingirá ou excederá 1,5 °C de aquecimento nas próximas duas décadas, mais cedo do que em avaliações anteriores. Limitar o aquecimento a este nível e evitar os impactos climáticos mais severos depende de ações ainda nesta década.
Somente cortes ambiciosos nas emissões permitirão manter o aumento da temperatura global em 1,5°C, o limite que os cientistas dizem ser necessário para prevenir os piores impactos climáticos, e isso não vai acontecer sem variadas e profundas mudanças tecnológicas, politicas e sociais.
Porque a tendência é o aumento de emissões, não sua redução, e isso significa que as previsões feitas e já pessimistas, podem se acelerar.
Em um cenário de altas emissões, o IPCC constata que o mundo pode aquecer até 5,7°C até 2100, com resultados catastróficos. Esse aumento acarretaria mais acontecimentos climáticos extremos, como secas, inundações ou ondas de calor e de frio. As consequências afetariam desde a infra-estrutura e propriedades, a produção de bens de consumo e de alimentos, além de ceifar vidas.
Há uma medida “simples” a ser tomada sobre isso, ou seja, parar de queimar combustíveis fósseis. Outra medida “simples” é parar de degradar o meio ambiente e atuar para recuperá-lo.
Mas governos, empresas e indivíduos estão falhando seguidamente em fazer ambas as coisas.
Os peritos reconhecem que uma redução de emissões não terá efeitos na temperatura global até que se passem pelo menos 20 anos, mas os benefícios na diminuição da contaminação atmosférica serão rapidamente percebidos.
Atualmente, o IPCC possui 195 países-membros, entre eles o Brasil.
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Por meio de suas avaliações, o IPCC determina o estado do conhecimento sobre a mudança do clima, identifica onde há consenso na comunidade científica, e em que áreas mais pesquisas são necessárias.
Os relatórios resultantes da avaliação do IPCC devem ser neutros, relevantes para a política, e não devem ser prescritivos, ou seja, não tem poder de ordem. Suas avaliações constituem bases fundamentais para as negociações internacionais que visam o enfrentamento da mudança do clima.
Cinco principais pontos de destaque no atual relatório:
- Estamos a caminho de atingir 1,5 °C de aquecimento mais cedo do que o previsto anteriormente
Se o mundo seguir um caminho de alto carbono, o aquecimento global poderá subir para 3,3-5,7°C acima dos níveis pré-industriais no final do século. Para colocar isso em perspectiva, o mundo não experimentou um aquecimento global de mais de 2,5°C nos últimos 3 milhões de anos.
- Limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século ainda está ao nosso alcance, mas requer mudanças transformadoras
Se o mundo tomar medidas muito ambiciosas para conter as emissões na década de 2020, ainda podemos limitar o aquecimento a 1,5°C até o final do século. Este cenário inclui um pico potencial de 1,6°C entre 2041 e 2060, após o qual as temperaturas caem abaixo de 1,5°C até o final do século.
- Agora é inequívoco que as emissões causadas pelo homem, como a queima de combustíveis fósseis e o corte de árvores, são responsáveis pelo aquecimento recente.
A ciência da atribuição que liga eventos extremos ao aquecimento induzido pelo homem tornou-se muito mais sofisticada, graças a maiores dados observacionais, reconstruções paleoclimáticas aprimoradas, modelos de alta resolução, capacidade maior de simular o aquecimento recente e novas técnicas analíticas. Os cientistas também descobriram que a influência humana é o principal motor de muitas mudanças na neve e no gelo, nos oceanos, na atmosfera e na terra.
- As mudanças que já estamos vendo são sem precedentes na história recente e afetarão todas as regiões do globo
A mudança climática já impactou todas as regiões da Terra. Não estamos apenas quebrando recordes de aquecimento e outros impactos, mas o mundo em que vivemos hoje não tem paralelo recente.
- Cada fração de aquecimento leva a impactos mais perigosos e custosos
Cada fração de aquecimento realmente importa – seja relacionada à intensidade e frequência das precipitações extremas, à severidade das secas e ondas de calor ou à perda de gelo e neve. Muitas consequências das mudanças climáticas se tornarão irreversíveis com o tempo, principalmente o derretimento das camadas de gelo, a elevação dos mares, a perda de espécies e a acidificação dos oceanos. E os impactos continuarão a aumentar e se agravar à medida que as emissões aumentam.
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Acordo de Paris
O Acordo de Paris é um compromisso mundial sobre as alterações climáticas e prevê metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa. Para que esse acordo entrasse em vigor, era necessário que os países que representam em torno de 55% da emissão de gases de efeito estufa, o ratificassem.
Em 12 de dezembro de 2015, o acordo foi assinado após várias negociações, entrando em vigor em 4 de novembro de 2016.
196 países assinaram e 147 ratificaram. Os Estados Unidos saiu do Acordo em 2017, durante o governo Donald Trump, e em 2021 o país voltou a seguir o tratado no Governo Biden.
O principal objetivo do Acordo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, um resíduo da queima de combustíveis fósseis como carvão mineral, a gasolina e o diesel.
O dióxido de carbono representa em torno de 60% dos gases de efeito estufa que são lançados em nossa atmosfera, e há também o Metano e os Clorofluorcarbonetos, dentre outros gases de menor participação.
A única maneira de retirar o dióxido de carbono de nosso meio é através da fotossíntese, e como nas últimas décadas a devastação das florestas se intensificou e as emissões aumentaram, o nível de CO2 tende a disparar.
Existem tecnologias propostas para reduzir a concentração de CO2 da atmosfera, que envolvem a captura e armazenamento de carbono. De fato, precisamos remover bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono da atmosfera, ao mesmo tempo em que reduzimos estas emissões.
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Captura e armazenamento de carbono
Captura e armazenamento de carbono, ou captura e armazenamento de dióxido de carbono (ou CCS, do inglês carbon capture and storage), refere-se a uma tecnologia que tenta travar a emissão de grandes quantidades de dióxido de carbono para a atmosfera.
O principal objetivo desta nova tecnologia é capturar e armazenar o CO2, sem consequências nocivas para o meio ambiente.
A captura de CO2 consiste dos diversos procedimentos aplicados para que esse gás possa ser retido em processos produtivos, e posteriormente armazenado. As três principais linhas de captura são captura por pós-combustão, captura por oxi-combustível e captura por pré-combustão.
Quanto ao armazenamento de CO2, este só pode ser realizado em formações geológicas específicas, adequadas para a retenção do gás.
O desmatamento global já atingiu um nível muito prejudicial ao planeta
Eliminar matas nativas, além de matar com dezenas de espécies de animais e plantas que neles vivem, significa também destruir mananciais, e em vários casos, significa acabar com verdadeiros “rios voadores” que levam a umidade a regiões férteis e mais densamente habitadas, e que precisam desta água.
Desmatar representa um enorme prejuízo local e global, na absorção do dióxido de carbono e na perda de biodiversidade.
O Brasil assinou o Acordo de Paris em 2015, comprometendo-se a reduzir até 2025 suas emissões de gases de efeito estufa em até 37% (comparados aos níveis de 2005), estendendo essa meta para 43% até 2030.
Só no primeiro ano do atual Governo, 2019, as emissões do Brasil registraram o maior aumento desde 2003 e subiram 9,6% (a estimativa para 2020 é que tenha dobrado), principalmente devido as queimadas e desmatamento na Amazônia, visando principalmente o contrabando de madeira e a expansão do agronegócio. Outro objetivo tem sido o garimpo ilegal.
72% das emissões de 2019 tiveram relação com atividades rurais, como a agropecuária e mudanças no uso do solo (desmatamento e queimadas), tornando o Brasil o quinto emissor global de gases de efeito estufa.
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Fitoplancton e fotossintese
O fitoplâncton compreende o conjunto de algas microscópicas e de cianobactérias, que habitam os oceanos e outros ecossistemas aquáticos. É encontrado próximo à superfície, devido a necessidade de captar a luz solar para realizar a fotossíntese.
Estima-se que 50 a 80% do oxigênio da Terra seja produzido nos oceanos.
A maior parte dessa produção é realizada pelo fitoplâncton, mas também por algas e outras plantas marinhas, e que também absorvem quantidade considerável de CO2 da atmosfera.
Nossa ação está comprometendo os ecossistemas marinhos, e além de poluir, estarmos mudando lentamente o PH dos oceanos, em um processo chamado de acidificação, justamente devido ao excesso de CO2.
Se este processo continuar, acabaremos comprometendo a existência de fitoplancton, que além de gerar Oxigênio, é a base da cadeia alimentar nos oceanos, servindo de alimento ao zooplancton.
Sem o fitoplancton, a vida nos oceanos praticamente irá desaparecer e perderemos, além de toda a biodiversidade marinha, uma fonte fundamental de alimentos e nosso maior gerador de O2 e de remoção do CO2.
A atividade humana está alterando o modo como o mundo gira
A crise climática que vivenciamos, altera o modo como o mundo gira, literalmente. Isso é fato cientificamente demonstrado.
O eixo de rotação terrestre está se deslocando com mais velocidade, conforme o aquecimento global derrete geleiras nos polos Norte e Sul do nosso planeta. Esse mecanismo é apontado em estudo publicado nas revistas Geophysical Research Letters e American Geophysical Union, em março de 2021.
A pesquisa mostrou que a mudança climática esta por trás de uma série de deslocamentos no eixo de rotação da Terra, pelo menos desde a década de 1990.
Nos últimos 30 anos, o eixo do planeta, a linha imaginária em torno da qual a Terra gira sobre si mesma, teve um deslocamento acelerado. A avaliação indica que entre 1995 e 2020, a velocidade do movimento dos pólos aumentou 17 vezes, em comparação com o observado entre 1981 e 1995.
A rotação de qualquer objeto é afetada pela forma como sua massa é distribuída, e com o planeta não é diferente. A distribuição da massa da Terra, por sua vez, está sempre mudando de forma lenta e natural, à medida em que sua superfície se transforma. Só que a perda de água das regiões polares, o gelo que derreteu e continua derretendo, e que escoa para os oceanos, vem alterando a distribuição das águas no planeta. O derretimento do gelo nas regiões polares e nos picos nevados de várias cordilheiras, é uma consequência direta da mudança climática provocada pelo homem.
Em menor grau, a ação de bombear água de aqüíferos para agricultura ou consumo humano também tem impacto, porque a água dos lençóis freáticos antes armazenada no subterrâneo, tende a fluir para o mar, contribuindo para a redistribuição da massa do planeta. Especialistas estimam que nos últimos 50 anos, foram extraídos quase 20 trilhões de toneladas de água de reservatórios subterrâneos, o que nunca foi reposto. A Índia é o país aonde mais isso vem ocorrendo.
Outro fator é o excesso de construções, que desloca materiais como pedra, areia, ferro e outros, concentrando-os em pequenas áreas geográficas. São cidades inteiras que vem sendo planejadas e criadas a partir do zero, ou sendo rapidamente verticalizadas. Obras de porte grandioso ao redor do Mundo também contribuem para isso. Em 2020, os objetos feitos pelo ser humano superaram, em peso, toda a vida na Terra.
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Estamos afetando a inclinação do eixo da Terra, e esta inclinação é um dos principais mecanismos naturais que regula o ritmo do clima no planeta, distribuindo luz e calor de forma diferente para latitudes diferentes.
Quando esta inclinação se altera, o clima em variadas latitudes também é afetado, e afeta também todo o sistema. Isso traz eventos diferenciados em áreas em que tradicionalmente não ocorrem, ou, pelo menos, não com tanta intensidade.
Alterações nos ciclos de calor e frio, levando calor em áreas tradicionalmente mais frias, e trazendo secas em locais historicamente úmidos, também alterando o ritmo de chuvas, monções, nevascas, tempestades, tornados e furações.
Este parece ser o cenário da nossa "tempestade perfeita", e afinal de contas, estamos no antropoceno.
O efeito humano sobre a inclinação do eixo Terra, ainda não é um consenso cientifico, mas seus principais elementos tem amplo embasamento cientifico.
Assim como em 2014 comentei no texto "Termostato desregulado" que eventos extremos de frio e calor iriam aumentar, citando o que significaria em termos gerais e o principal motivo para isso, neste texto afirmo que existe a possibilidade de estarmos entrando em uma "espiral negativa" em que nossa atividade modifica e afeta o planeta, a tal ponto que ele “responde” compensando o desequilíbrio provocado pelo Homem e se reajustando.
Iniciamos um processo de mudança planetária que deverá seguir seu rumo, até chegar a um novo equilíbrio.
Este reajuste no eixo traz como consequência direta a reordenação do clima planetário e de alguns dos sistemas naturais que regem a biosfera. Isso acelera alterações climáticas que vivenciamos, aumentando os efeitos causados no clima por nós mesmos.
Podemos ter criado um efeito dominó muito além de nossa condição de reverte-lo.
Se de fato estivermos neste processo, mesmo que o ser humano interrompa completamente as emissões de gases estufa, nosso mundo continuará mudando até atingir um novo equilíbrio, não só na distribuição de sua massa, como também um novo equilíbrio climático.
E estaremos bem no meio disso.
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Antropoceno
Antropoceno é um termo usado para descrever o período mais recente na história do Planeta Terra, a Era dos Humanos na Fase Industrial.
O termo foi cunhado pelo Prêmio Nobel de Química de 1995, o Dr. Paul Crutzen. Um trecho do "Earth System Science in the Antropocene", Estudo do Dr. Crutzen, pode ser lido aqui.
Não há ainda uma data de início precisa e oficialmente apontada, mas muitos consideram que o Antropoceno começa no final do Século XVIII, quando as atividades humanas começaram a ter um impacto global significativo no clima da Terra e no funcionamento dos ecossistemas. Esta data coincide com o aprimoramento do Motor a vapor por James Watt em 1784.
No Antropoceno a humanidade danificou o equilíbrio existente em todas as áreas naturais do planeta. Alterou a química da atmosfera, promoveu a acidificação dos solos e dos oceanos, poluiu rios, lagos e mares, reduziu a disponibilidade de água potável, ultrapassou a capacidade de regeneração da Terra e está promovendo uma grande extinção em massa das espécies.
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Amnésia geracional
Mesmo em 2020, quando a pandemia fez as emissões de gases estufa diminuir, foram emitidos em torno de 34 gigatoneladas de CO2 na atmosfera. Cada gigatonelada representa 1 bilhão de toneladas.
Embora tenha sido uma quantidade 7% menor que em 2019, no mesmo período a concentração de CO2 na atmosfera bateu recorde.
A atividade humana está destruindo áreas naturais, acabando com a biodiversidade, desmatando em ritmo acelerado e produzindo gases de efeito estufa.
Esta atividade também polui o solo e os oceanos com variados resíduos, de micro plásticos a metais pesados, de óleo cru a esgoto in natura e restos de lixo. Nos mares, principalmente os costeiros das grandes Cidades, em algumas áreas se encontra de tudo, pneus velhos, embalagens diversas e até tampas de privada.
Zonas mortas nos oceanos tem aumentado e se multiplicado.
A água doce vem sendo super utilizada e mal utilizada, resultando atualmente em que uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso a água de qualidade, para consumo e fornecida com regularidade.
No total, 2,2 bilhões de pessoas estão nessa situação, e mais de 4 bilhões de indivíduos não têm acesso a esgoto sanitário.
No Brasil, 35 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e 40% dos municípios não têm qualquer serviço de esgoto, representando mais de 34 milhões de domicílios sem tratamento de esgoto no País.
E todos estes dejetos vão parar em rios, aquíferos e mares.
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Compreendo esta opção diante das necessidades diárias que nos tomam tempo e recursos, mas cabe compreender que o que ocorre agora pelo Mundo, ameaça o nosso estilo de vida, nossa própria sobrevivência e a dos nossos descendentes.