O verdadeiro objetivo do conhecimento profético se alcança apenas pela reforma interior, e não pelo conhecimento acumulado em si mesmo.

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quarta-feira, 8 de julho de 2020

E o Arrebatamento?




O conceito de Arrebatamento aqui comentado, é o que defende que algumas pessoas, devido a sua Religião e Fé, serão levadas em vida e diretamente ao Céu, sem passarem pela morte. 

Neste entendimento, o pensamento mais difundido é que isso ocorrerá sem que os supostos escolhidos experimentem as dificuldades do processo profético descrito na Bíblia, e que envolve guerras, perseguições religiosas e mudanças grandiosas em nosso Mundo, desde o ponto de vista social e geopolítico, até mudanças geofísicasOu seja, os supostos escolhidos escapariam de vivenciar a chamada “Grande Tribulação”.

Esta variação de pensamento sobre o Arrebatamento chama-se pré-tribulacionismo, ou seja, o Arrebatamento acontecendo antes da Tribulação. O conceito do Arrebatamento admite mais duas variações que serão comentadas neste texto, o midi-tribulacionismo (ou meso-tribulacionismo) e pós-tribulacionismo.

O livro biblico 1 Tessalonicenses é indicado como um dos mais diretos sobre a questão do Arrebatamento, segundo quem defende o conceito do Arrebatamento.

"Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras." (1 Tessalonicenses 4:13-18)



Antes dos demais comentários, ao lermos 1 Tessalonicenses 4, percebemos que o Arrebatamento será ao final da Tribulação, ou como se costuma dizer, será um evento pós-tribulacionista. 

O texto narra o Arrebatamento como um evento que ocorrerá após a Parusia, a segunda vinda de Jesus, e após a ressurreição dos mártires, os que foram mortos ao longo das eras por sua Fé cristã.

Como o retorno de Jesus (Parusia) marca o final dos eventos da Tribulação narrados no Apocalipse, não pode haver dúvida baseado em 1 Tessalonicenses 4 de que um eventual Arrebatamento seria um evento pós-tribulação, ou seja, está situado após toda uma série de dramáticos eventos narrados na Revelação e em outros textos proféticos.

O conceito do Arrebatamento admite três variações: pré-tribulacionista, midi-tribulacionista (ou meso-tribulacionismo) e pós-tribulacionista, dependendo do trecho bíblico usado para a defesa da tese ou ainda da interpretação de alguém.

A visão mais difundida é a pré-tribulacionista, que defende que o Arrebatamento ocorrerá antes da tribulação e contrariando 1 Tessalonicenses 4. Como veremos no decorrer deste texto, há outras inconsistências entre o que se afirma e o que se apura biblicamente, quando o assunto é Arrebatamento.

A visão midi-tribulacionista (ou meso-tribulacionismo) defende que o Arrebatamento se dará concomitante aos eventos narrados no Apocalipse, portanto dentro do cenário da tribulação e antes de seu fim.



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Objetivo

A questão principal que vou abordar neste texto é se o conceito do Arrebatamento pode ser levado a sério com base nas evidências da Bíblia, e se de fato isso representaria o sumiço físico das pessoas sem experimentarem a morte. 




Se podemos mesmo considerar que há evidencias bíblicas sólidas, conforme afirmam alguns, de que algumas pessoas sairão da Terra para entrar direto na vida espiritual e no Céu, com seus corpos físicos e sem morrer, isso por causa de sua Fé. 


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O profeta Enoque e o profeta Elias

Há citações na Bíblia sobre o profeta Enoque e o profeta Elias, que segundo o entendimento de alguns, afirmam que ambos foram arrebatados, ou seja, que ascenderam ao Céu, diretamente com seus corpos físicos.


Profeta Enoque

"E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos, e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos. E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou.” (Gênesis 5:22-24)

O trecho do Gênesis 5 sobre Enoque, fala sobre a genealogia de Adão, seus tempos de vida e suas descendências. Não narra nenhum fato em particular, mas cita por duas vezes a frase: “E andou Enoque com Deus”.

Na primeira citação da frase acima, o texto diz que Enoque gerou seu filho Matusalém, e segue informando que “foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos”. 

Considerando o contexto do Gênesis 5, que trata da informação da genealogia de Adão e dos tempos de vida de suas descendências, é informado que Enoque viveu 365 anos, portanto deduz-se pelo texto que ele morreu. Mas há um diferencial. 

Com os demais membros desta genealogia, de Adão até o Pai de Noé, Lameque, é utilizada no fim de cada pequena narrativa, a frase “e morreu”. Para Enoque a frase foi diferente:: “e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou”

Isso reforça a quem crê, embora bastante interpretativo, que Enoque foi arrebatado, mesmo que o texto não explique em que circunstância.

Sobre a exagerada longevidade dos personagens citados, é impossível imaginar uma pessoa vivendo por quase 4 séculos, como Enoque, mas sua longevidade não é a única. Matusalém seu filho e Jerede seu pai, teriam vivido 962 anos cada um, o que faria Enoque com 365 anos, um jovem rapaz quando “não apareceu mais”.

A possibilidade mais provável sobre esta longevidade extrema, é que os anos foram contados de forma diferente da atual, e não devem ser interpretados literalmente.

Mas para os que acreditam na literalidade destas narrativas de pessoas vivendo por novecentos anos, o Gênesis 6:3 oferece uma explicação para o fato de isso não estar acontecendo até hoje, quando narra que “Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.“ (Gênesis 6:3)

Portanto em Gênesis 6:3, nos é informado que DEUS determinou que a vida do homem fosse mais curta, 120 anos.

Sabemos que são pouquíssimos os seres humanos que conseguem ultrapassar os 100 anos de idade, e a maior idade registrada ao longo da história foi da francesa Jeanne Louise Calment, que nasceu em 1875 e faleceu em 1997, aos 122 anos de idade.

Mas o trecho de Gênesis 6:3 é utilizado por alguns para justificar o motivo de o homem não viver mais por centenas de anos, embora isso não explique porque a absoluta maioria de nós não viva sequer o número de anos que supostamente nos foram determinados.

A expectativa de vida na Europa por volta do ano 1000 dc, era de apenas 25 anos de idade. Atualmente esta média no continente Europeu ultrapassa os 80 anos, portanto mesmo no Continente mais desenvolvido do planeta, ainda estamos distantes de uma longevidade mediana de 120 anos.

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A segunda citação do trecho “E andou Enoque com Deus”, vem na sequencia: “E andou Enoque com Deus, não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou”.

A mim o trecho reforça a ideia da morte física de Enoque, mas a ausência da frase “e morreu” ao fim de sua narrativa, conforme presente em todos os demais citados em Gênesis 5:22-24, é um diferencial real.

Uma explicação que me parece possível é que Enoque tenha simplesmente desaparecido, e não foram realizados os ritos ligados a sua morte, portanto ele não morreu, “Deus para si o tomou.”

Profeta Elias

Sobre Elias, “E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus cavaleiros! E nunca mais o viu” (2 Reis 2:11-12)

O contexto deste trecho na Biblia, narra a ida de Elias junto com seu discípulo Eliseu, que no futuro seria considerado um profeta,  da cidade de Gilgal para a cidade de Betel.

No caminho eles foram separados e Elias “subiu ao céu num redemoinho”.

Existem entendimentos diferenciados do que seria o “carro de fogo, com cavalos de fogo”, alguns ligando inclusive a extraterrestres, e o redemoinho poderia ser interpretado como algum tipo de rastro de propulsão de uma suposta nave espacial ou algo assim. 

Eu não saberia afirmar o que seria o ‘carro de fogo, com cavalos de fogo”. Me parece uma narrativa simbólica, mas vamos considerar por um segundo se DEUS precisaria enviar um carro de fogo para arrebatar Elias.

Mesmo os que acreditam nesta narrativa, considerando-a descrição real dos acontecimentos, perceberão que no exemplo de Enoque não houve aparato algum, nenhum carro de fogo ou redemoinho, ele apenas se foi. 

E em Tessalonicenses, que supostamente fala do futuro Arrebatamento, não há nenhuma menção a carros de fogo. 

Se a narrativa de carros de fogo representa mesmo um Arrebatamento, então devemos concluir que DEUS precisou de algum tipo de equipamento para Elias ascender aos Céus? 

Isso não faz muito sentido, ainda mais porque o suposto Arrebatamento de Enoque não foi assim, e nem os trechos interpretados como o futuro Arrebatamento, tem descrições neste sentido.

O que me parece é que a interpretação da narrativa de Eliseu sobre Arrebatamento de Elias, é precipitada ou errônea. 

Embora eu não esteja descartando que Eliseu de fato presenciou algum evento de natureza fantástica ocorrendo com Elias, considero que interpretar a narrativa automaticamente como Arrebatamento não é possível, pois como dito, há várias interpretações. 


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O termo ‘arrebatamento’ em outros livros da Bíblia

Existem outros textos bíblicos que utilizam a palavra “arrebatamento”, mas com outros significados.

João no Apocalipse

O termo é usado por João no Apocalipse, quando ele diz que foi “arrebatado no espírito no dia do senhor”, tentando descrever o deslocamento de sua consciência para o ambiente em que ele se percebia, e o qual a visão profética lhe foi facultada.

"Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia." (Apocalipse 1:10-11)

Cabe comentar sobre a abertura do Quinto dos Sete Selos na Revelação.

Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. E clamaram com grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?. E foram dadas a cada um deles compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda por um pouco de tempo, até que se completasse o número de seus conservos, que haviam de ser mortos, como também eles o foram.” ( Apocalipse 6:9-11)

O trecho acima informa que os mártires, os que já pereceram e estão ao lado de Cristo durante a ocorrência dos eventos narrados no Apocalipse, aguardam que mais mártires da Fé sejam mortos e se juntem a eles antes da Parusia.

E estes que ainda serão mortos, são aqueles com Fé verdadeira em DEUS, e por isso mesmo serão perseguidos e martirizados. O texto evidencia que não há benesses por estes serem verdadeiros crentes, eles não serão arrebatados, eles serão mortos como outros foram no passado.

O conceito do Arrebatamento mais conhecido, o pré-tribulacionista, conflita com isso quando afirma que os supostos escolhidos serão levados aos Céus antes deste período de perseguições e mudanças. Na verdade fica evidenciado o contrário.

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O que é o dia do Senhor

E o que é o dia do Senhor, para o qual João foi arrebatado em espírito? "Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor" (Apocalipse 1:10)

O Dia do Senhor é um conceito presente no cristianismo que afirma, baseado em textos bíblicos proféticos, que haverá um dia, após uma série de eventos dramáticos (Tribulação), em que Jesus retornará (Parusia) e as pessoas, vivas e mortas (ressuscitadas), serão julgadas por DEUS por seus atos. 

Este dia é o Dia do Senhor.

O conceito existe também no Islamismo, aonde é chamado de 'Al Quiyamah - O Dia do Julgamento', e exibe o mesmo contexto de Tribulação, e igualmente pregando o retorno de Jesus (Issa).


 “O sol se converterá em trevas, e a lua em sangueantes de chegar
o grande e terrível dia do Senhor” (Joel 2:31) 

"O sol se converterá em trevas, E a lua em sangue
Antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor;
E acontecerá que todo aquele que invocar o nome 
do Senhor será salvo." (Atos 2:17-21)

*

A Parusia

Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra 
se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, 
com poder e grande glória.” (Mateus 24:30)





Leia:

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Isaías 

O termo arrebatado é usado também em Isaías 53:8: Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo?

O texto fala de Jesus, e que foi arrebatado pela "opressão e pelo juízo", e sabemos que Jesus foi crucificado e morto, portanto o termo refere-se a sua crucificação e morte. Arrancaram Jesus de nossa convivência física através de falsos pretextos e intenções equivocadas ou maldosas. 

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Pedro

Em Pedro 3:17, o termo também é usado : “Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza”, e novamente ligado a morte, neste caso em particular, como um aviso.

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Em Jó 22:13-18: “E dizes: Que sabe Deus? Pode ele julgar através da escuridão? Grossas nuvens o encobrem, de modo que não pode ver; e ele passeia em volta da abóbada do céu. Queres seguir a vereda antiga, que pisaram os homens iníquos? Os quais foram arrebatados antes do seu tempo; e o seu fundamento se derramou qual um rio. Diziam a Deus: retira-te de nós; e ainda: Que é que o Todo-Poderoso nos pode fazer? Contudo ele encheu de bens as suas casas. Mas longe de mim estejam os conselhos dos ímpios!

Novamente o uso do termo para designar a morte, no caso, dos homens iníquos. Uma maneira de dizer para não se seguir o exemplo destes, pois DEUS a tudo observa.

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2 Corintios

Em 2 Corintios 12:1-4, talvez o mais interessante uso do termo na Bíblia:

Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe). Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.

Paulo falava dele mesmo e de sua experiência espiritual, o qual lhe foi conferido um conhecimento que segundo ele mesmo, não é lícito falar. Ele não explica se foi em carne ou em espírito, afirma não saber, mas diz que foi ao terceiro Céu, em uma referência a um conceito judeu que afirma serem três o número de Céus.

O 1o, é o céu imediatamente acima de nós, com os pássaros e as nuvens.

O 2o. é o céu das estrelas, da Lua e do Sol.

O 3o. o CÉU de DEUS, o Paraíso. 

Paulo usa o termo arrebatado, da mesma forma que João utiliza no Apocalipse, tentando descrever o deslocamento de sua consciência para o ambiente em que ele se percebia durante a narrativa.

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Mateus e Lucas

Alguns usam as narrativas de Jesus, expressas em Mateus e Lucas, sobre “um será levado, outro será deixado”, buscando dar respaldo ao conceito do Arrebatamento.

E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem.  Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro; Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.” (Mateus 24:39-42) 

Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada. Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro será deixado.” (Lucas 17:34-36)

O contexto da narrativa das palavras de Jesus, fala sobre a humanidade no cenário do Fim dos Tempos, o mesmo cenário do Apocalipse, comparando o comportamento das pessoas em um período futuro e que precederá dramáticos acontecimentos, com o comportamento dos que precederam o dilúvio, e é importante entender isso porque sabemos que no dilúvio, as pessoas não foram arrebatadas.


Leia:


Se tomarmos por base que uma pessoa ficará e outra não, a conta indica que 3 e meio bilhão de seres humanos não ficarão. Se considerarmos isso correto e se considerarmos que estas pessoas serão arrebatadas, isso representa um problema ao conceito, pois além de o número de cristãos no Mundo ser menor que 3 e meio bilhão de pessoas, quem crê no Arrebatamento afirma que apenas os "bons cristãos" serão arrebatados, expondo ainda mais a impossibilidade numérica. 

Se os trechos de Mateus e Lucas forem citados como demonstração da veracidade do Arrebatamento, então o conceito estaria errado, porque neste caso, ele não envolveria apenas a Religião Cristã, mas centenas de milhões de pessoas de outras Religiões não cristãs também seriam arrebatadas, recordando sempre que o contexto da narrativa de ambos, Mateus e Lucas, sobre as palavras de Jesus, é um alerta e um paralelo entre o comportamento dos tempos pré-diluvio e pré-Apocalipse, não sobre o Arrebatamento.



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Minha Conclusão 



Considerando que NÃO EXISTEM PARALELOS PROFÉTICOS conhecidos sobre o Arrebatamento em outras Fontes proféticas, mesmo havendo paralelos proféticos sobre temas tão complexos como a Ressurreição ou o Julgamento de DEUS, até mesmo em outras Religiões;

Considerando que APENAS ALGUMAS VERTENTES cristãs acreditam neste conceito, não é um conceito plenamente aceito dentro da cristandade global;

Considerando que NÃO HÁ TEXTOS PROFÉTICOS DIRETOS sobre o Arrebatamento, sendo necessária uma certa “ginástica” no entendimento do tema na Bíblia;

Considerando que a interpretação do CONCEITO MAIS ACEITO do Arrebatamento, ENTRA EM CONFLITO com a principal citação biblica que supostamente defende este conceito, mas também entra em conflito com outros textos bíblicos;

Considerando que o TERMO Arrebatamento está LIGADO, em sua maioria, a questão da MORTE FISICA; 

Considerando que o Arrebatamento CONTRARIA AS LEIS NATURAIS conhecidas; 

Eu não percebo elementos proféticos sérios e isentos, que possam embasar o conceito do Arrebatamento.

Mas o tema não se encerra aqui, mesmo porque a pequena analise acima não é definitiva, ela pode mudar diante de novas evidências.

A intenção não é criar controvérsia diante da Fé alheia, mas sim contribuir com o entendimento dos temas abordados, e como sempre recomendo a quem se interesse, que Pesquise.



Leia:




quarta-feira, 25 de abril de 2012

Os Meses Seguintes

Srs.,

Anos atrás estive em uma Palestra sobre o tema “Transição Planetária”, bem realizada, gostei do Palestrante e da forma como os temas foram abordados.

E o que me leva a escrever este texto, são alguns aspectos sobre a questão dos possíveis “refúgios”,  que trazem uma série de indagações.

Os "refúgios" são áreas que sofreriam significativamente menos do que as demais áreas do Globo, durante o teórico e profético processo de verticalização do eixo imaginário.

No panorama geral e imediato, após as proféticas transformações físicas de nosso Mundo, quando terras afundarão e emergirão, quando toda a infra-estrutura humana ruir,  entendo que o quadro será muito ruim, já que estamos falando de um processo que transformará por completo o Mundo e nossa civilização.

Sem cidades, sem petróleo, sem tecnologia, sem cadeia produtiva, sem serviços básicos, sem comida, sem água, sem remédios ou hospitais, sem comunicações, sem transporte, etc.

LEIA:


Mas e os detalhes?

A condição de sobrevivência do homem poderá regredir muito, e isso por anos. Tudo estará para ser reconstruído, tudo a fazer !!



Neste cenário, algumas comunidades ou agrupamentos terão, seja por um preparo prévio, seja por outras condições quaisquer, mais recursos disponíveis que outras. Então alguns estarão capacitados a produzir seu alimento, estarão abrigados, terão água e terão unidade no grupo.

Mas a maioria dos sobreviventes, não estará nesta condição.

Os textos religiosos não entram nestes detalhes, eles apenas afirmam sobre um destino aparentemente em comum, entre a maioria das Religiões e Filosofias que defendem a tese de um “evento” que modificaria a humanidade, e este destino é um “Mundo Melhor”.

Alguns falam em "Racionalismo", outros em "Despertar". Alguns falam sobre o "Milagre de DEUS", e outros ainda sobre "Eras" ou "Portais" que nos reservam Paz e Harmonia.

De uma maneira ou de outra, nosso futuro, segundo estas linhas de pensamento, será melhor do que o presente, e todo o processo a frente serviria para nos direcionar a este destino.

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A lógica indica que haverão levas de pessoas transitando a esmo, por estradas, por ruínas, em busca do que comer, de água, em busca de ajuda, de cuidados. Um cenário que já vimos em guerras e em tragédias de porte; pessoas fugindo sem, na verdade, ter um destino, e portanto, um cenário totalmente factível. Alguns videntes afirmam sobre um cenário parecido.
 

Diante disso, é natural que encontros entre os que terão comida e água e os que não terão estes recursos, sedentos e famintos, gerarão conflitos, porque haverá hordas de necessitados contra pequenos grupos de pessoas menos necessitadas.

Existem até determinações sobre a questão da formação de Comunidades que pretendem passar pelo profético processo, de que evitem a proximidade com estradas que, naturalmente, serão usadas para o deslocamento (a pé) dos sobreviventes da tragédia de suas cidades, em busca dos recursos que necessitarão.

Acho que mesmo o mais culto ou pacífico dos homens, não aceita a morte sem lutar pela vida. Quiçá de seus filhos e amados. O avanço de massas necessitadas poderá destruir e comprometer o pouco que as Comunidades ainda organizadas consigam produzir.

Ambos os lados estarão corretos, um na busca da saciedade de suas necessidades, e o outro na defesa de seus recursos, então acho lógico supor que ambos recorrerão a violência.

De um lado na defesa e preservação dos recursos, e do outro, na busca destes recursos.

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E a promessa profética ?

Entramos aqui em uma questão para algumas filosofias e religiões, pois suas descrições e entendimentos não são totalmente coerentes, ou talvez ainda, não são detalhados.

E isso porque estas linhas de pensamento afirmam que, terminada a destruição da antiga civilização, a humanidade sairá renovada e melhor, quase que imediatamente. Apenas considerando uma série de "atos milagrosos", para entender que a humanidade não sofrerá, por anos, um retrocesso em todas as áreas em que se possa pensar.

Eu entendo que o que acontecerá, poderá ser algo similar a narrativa do Êxodo biblico, sobre a promessa de DEUS aos judeus sobre Eretz Israel.

DEUS manifestou a profecia de libertação dos judeus, através de Moisés, e a cumpriu, mas não sem antes aguardar o fim de toda a geração de gente que nasceu escrava. Para os daquela geração, eles não viram o cumprimento profético. 

Mas ele veio para seu povo, para seus descendentes.

Nós podemos estar no limiar da mesma questão, que para a humanidade poder experimentar uma Era de paz e de comunhão com DEUS, conforme expresso ou compreendido pela maioria das Religiões e Filosofias, talvez seja necessário que todo o pensamento e lembrança do Mundo atual, também pereçam.

Então, em um primeiro momento, nos primeiros dias e meses do cenário pós-mudanças geofísicas, a situação será de dificuldade e sofrimento, mas também de violência, de escolhas difíceis, de decisões duras de serem tomadas.

Na verdade, o processo de depuração profeticamente descrito, não se encerra após as mudanças geofísicas. 

Ele deverá continuar na disputa pelos recursos disponíveis, até que formas de organização  social comecem a ressurgir, e gradualmente atinjamos o patamar civilizatório que deixará estas disputas para trás. 

E com o tempo poderemos atingir o ápice de nossa civilização.

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O processo profético a frente não permite barganhas, 
não permite que se esconda, independente de 
sua Crença ou condição S
ocioeconômica.

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Depuração coletiva

A ideia da depuração coletiva através da morte, é expressa em religiões e filosofias, está em textos proféticos e em textos que servem de base a Crenças, e também como exemplos de moral e comportamento.

Noé é o mais famoso na civilização cristã, mas temos ao Épico de Gilgamesh que também fala sobre uma inundação que destruiu uma civilização. Alias lendas sobre uma inundação global são recorrentes, e temos também o Continente de Mú ou ainda Atlantis como exemplos.  Os nativos americanos afirmam sobre os três mundos (civilizações) anteriores, somos o quarto mundo, e o anterior foi destruído pelas águas. 

Curiosamente, em todas estas narrativas, uma pessoa ou grupos de pessoas foram comunicados por DEUS, sobre os acontecimentos que viriam suceder. 

Por exemplo os nativos Hopi explicam que “Então o (Grande) Espírito disse a algumas poucas pessoas que viviam de acordo com a sabedoria, que deveriam construir barcos e que estocassem alimento neles. Então a chuva inundou toda a Terra. Ondas maiores que montanhas caíram sobre as terras. Continentes quebraram e afundaram no fundo dos mares."

Então, considerando estas narrativas, será que talvez isso torne a ocorrer? Será que alguns de nós seremos avisados? 

Mas que se compreenda com clareza que esta idéia de um aviso, devidamente descrita em textos proféticos, não tem relação com a tese do Arrebatamento.

*

Mas o que restou destas civilizações anteriores?

Eu sempre pensei em como os sinais da nossa civilização permaneceriam visiveis ao longo dos séculos vindouros.

São tantas as alterações que o HOMEM realiza, tantos os subprodutos que gera, que me parece impossível pensar que algo não restará.

Uma parede de concreto armado de um metro qualquer, restos do núcleo de uma usina nuclear ou restos de uma hidrelétrica. Talvez estas coisas caíssem no esquecimento, submersas em oceanos ou sobre toneladas de rochas. Ruinas futuras que são para nós hoje, como os muros de pedra, que não desconfiamos para o que serviam.

Mas produzimos bilhões de subprodutos, de plásticos, vidros, alumínio, borracha, uma infinidade de materiais que duram centenas ou milhares de anos para degradarem.

Todos os vidros, todos os rótulos e embalagens, todos os pneus e resíduos serão tragados pelos elementos, a ponto de nada restar? Mas se pouco ou quase nada restou das civilizações anteriores, segundo os textos que os mencionam, não é lógico supor que ocorrerá o mesmo conosco?

Para mim isso significa, mais uma vez, que o período entre o processo profético a frente, e a ascensão da nova humanidade, levará algum tempo, pois os resíduos da nossa civilização, assim como ocorreu anteriormente, deverão praticamente, desaparecer.

Isso também evidencia a força do teórico processo.

Exemplos de tempo de degradação:

Sacos e copos plásticos - 200 a 450 anos
Latas de alumínio - 100 a 500 anos
Tampas de garrafas - 100 a 500 anos
Pilhas - 100 a 500 anos
Garrafas e frascos de vidro - indeterminado

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Preppers
(atualização Agosto/2021)



Conceitualmente os preppers, preparadores e sobrevivencialistas, são pessoas e associações focadas em técnicas, métodos e recursos para se manter vivo e seguro por mais tempo possível, com o mínimo de recursos e tecnologia.

A preparação em si tem seu foco no armazenagem de suprimentos, na preparação de refúgios, nos planos de fuga e kits de sobrevivência.

Estas pessoas acreditam, independente de suas Crenças religiosas, que a situação global oferece uma série de riscos a sobrevivência, e que devem estar preparados para o eminente colapso.

Guerra nuclear, Solar Flare, Colapso no fornecimento de energia elétrica ou de água, Ataque terrorista, Guerra bacteriológica ou química, Colapso econômico da civilização, Queda de meteoro, Mudanças climáticas e tantos outros, são motivos de preocupação.

Existem desde comunidades sobrevivencialistas criadas em torno de Religião e da Fé, em torno de aspectos puramente práticos, e há comunidades construídas como refúgios para super ricos.

E existem as iniciativas de indivíduos que constroem abrigos em seus quintais ou propriedades próprias e destinadas a isso.

No Brasil existe um grupo nacional e organizado de Preppers.

Embora estes esforços na busca de refúgios, diante de algo grave e com o potencial de nos atingir diretamente, sejam algo natural, no contexto Bíblico, especificamente na Revelação, é dito que este esforço resultará em fracasso para muitos. 
(fim atualização Agosto/2021)

"E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue; E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro” (Apocalipse 16:12-16)



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Processo é Espiritual



Nós temos a tendência a esquecer que os homens que nos trouxeram estas profecias, eram homens, em boa parte, fortemente comprometidos com o espiritual.

E que os homens que inspiraram estas Religiões, valorizaram a vida física, exortando a solidariedade e a caridade, por exemplo, mas valorizaram a vida espiritual também, nos trazendo conceitos sobre o caráter temporário e ilusório da vida física, e sobre o caráter duradouro e eterno da vida espiritual.

Então, por difícil que seja a nós, não me parece certo afirmar que a prioridade do processo profético a frente, seja nosso aprimoramento físico, mas sim, nosso aprimoramento espiritual.

Desta forma, a sobrevivência física não se manifesta como uma prioridade nestes textos, sendo o foco principal, a questão espiritual.

Este olhar diferenciado do nosso, que prioriza o Espírito em vez da matéria, e que considera o Coletivo em vez do individual, é fundamental para a compreensão dos eventos profetizados a nossa frente.

Se por um lado temos um quadro de violência e desolação para o cenário imediato na pós-transição, dentro de uma visão racional e lógica, conforme proposto mais acima, temos que admitir embora sem totalmente compreender, que do outro lado existe a descrição de eventos como Ressurreição dos Mortos, expressa nas correntes cristãs e devidamente aceita pelas tradições islâmica e judaica.

Isso pertence aos Dogmas e a Fé, e não aos aspectos racionais da questão, e carece de um entendimento prático, mas ainda assim, vários destes aspectos contém paralelos proféticos e são diretamente descritos por diferentes autores e em diferentes religiões.

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Mas há também a possibilidade de que o profético processo a frente, cause um impacto devastador em nossa espécie, restando poucos indivíduos em locais esparsos, de forma que os contatos entre os sobreviventes não ocorrerão.

Teorizando sobre isso e usando um percentual drástico, se  99 % da população mundial perecer, restariam ainda 70 milhões de pessoas, um numero expressivo de pessoas mas reduzido para o planeta inteiro.  

Não sabemos este percentual, mas podemos perceber que dependendo dele, a quantidade relativamente pequena de sobreviventes tornaria inválidas as teorizações acima, sobre violência pós-transição entre grupos.



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A visão Espírita e Espiritualista



As linhas de pensamento espírita e espiritualista em geral, contem elementos que podem auxiliar na compreensão deste processo, e cabe comenta-los.

No texto  Exoteologia - Outros aspectos - Kardecismo, explico segundo esta Doutrina, o Universo é repleto de vida, através de múltiplos Mundos habitados, que se dividem em basicamente 4 estágios evolutivos:

  • Mundos inferiores
  • Mundos de Provas e expiação
  • Mundos de Regeneração
  • Mundos Superiores 

Esta classificação não é absoluta, seguindo a Lei da Evolução, estes Mundos irão evoluindo no decorrer das eras para estágios mais avançados.

A própria Terra já esteve na condição de Mundo inferior, e chegará a condição de Mundo de Regeneração.

Portanto, para algumas linhas de pensamento espiritualistas e para a Doutrina Espirita de Kardec, o processo profético se refere a esta mudança, ao avanço do patamar evolutivo do planeta Terra e de seus habitantes. 

Esta afirmação acaba sendo similar a de outras linhas religiosas e filosóficas, sobre um "Mundo melhor", mas tem suas particularidades.

Como este processo não é apenas físico, a morte não é tão relevante para ele, já que a verdadeira realidade é a da alma, não do corpo. 

E como o Espiritismo tem a reencarnação como uma de suas bases doutrinárias, este entendimento se faz presente no processo de depuração a frente, já que muitos deverão perecer durante o processo.

Então para estas linhas de pensamento, a promessa profética será mantida pois estas individualidades que perecerão, estarão vivas (reencarnadas) em um Mundo renovado.

Por difícil que seja para alguns aceitar o conceito da reencarnação, deve ser considerada para a compreensão desta linha de pensamento. 

Embora isso, nem todos estarão aptos a viver (reencarnar) um Mundo mais adiantado moralmente, e por razões diversas, milhões de individualidades não deverão mais reencarnar na Terra.

Este processo, de separar aqueles que estarão compatíveis com a nova realidade, dos que não estarão, é chamado na Doutrina Espirita de "Transmigração planetária".

A "transmigração" é na verdade um conceito egipcio, o qual uma alma pode, depois de livre da carne e após um período no "reino dos mortos", encarnar outros corpos. Adicionar a palavra "planetária", representa que o processo é entre Mundos diferentes.

O espiritismo exemplifica isso através do Livro "Os exilados de Capela", que descreve um processo de evolução compulsória, o qual muitos de seus habitantes foram "degradados" para planetas mais primitivos, a Terra inclusive.

Este exílio para outros mundos, tem por objetivo permitir uma maior homogeneidade nos Mundos que evoluem, mas tem como função adicional auxiliar na promoção dos mundos primitivos, através da presença destes degradados, já que  mesmo aqueles que ainda não estão preparados para acompanhar a evolução de seu próprio Mundo, estão mais aptos, em diversos aspectos, do que os habitantes nativos dos mundos mais primitivos.

Portanto, auxiliam o desenvolvimento destes Mundos, através do conhecimento latente que trazem consigo.

Estas idéias são oriundas da Fé, mas tem a seu favor o fato de serem conceitos amplos no tempo e no espaço, ou seja, o conceito da transmigração surgiu de forma independente no Egípcio, entre os Hindus e até na antiga Grécia. E a reencarnação está presente em um cem número de doutrinas e filosofias pelo Mundo.


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O entendimento Religioso, seja ele qual for, assim como a Fé de cada um, 
nos oferecem caminhos para alguma compreensão sobre o que virá para 
Humanidade em termos de evolução moral e civilizatória, e 
isso nos traz conforto.

Mas mesmo assim não me parece possível descartar os aspectos imediatos
de uma transformação tão grandiosa, e isso praticamente 
não é abordado nos textos que nos trazem profecias.


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O que é Beyul
(atualização Outubro/2022)

De acordo com as crenças da escola Nyingma do budismo tibetano, Beyuls são vales escondidos, alguns abrangendo centenas de quilômetros quadrados, que são considerados como refúgios. 

Suas localizações foram mantidas em pergaminhos escondidos sob rochas e dentro de cavernas e mosteiros. São lugares onde o mundo físico e espiritual se sobrepõem, segundo esta tradição.

Os textos budistas indicam que os beyuls são descobertos quando o planeta está se aproximando da destruição e o mundo se torna muito corrupto para a prática espiritual. Eles descrevem vales que só podem ser alcançados com enormes dificuldades. As pessoas que tentam forçar a entrada podem encontrar fracasso e morte.

"O beyul é um local sagrado e um santuário no qual os lamas [os professores do budismo tibetano] podem liderar as pessoas em tempos de conflitos e problemas", explica Frances Klatzel, pesquisadora e autora de livros sobre a cultura budista e do Himalaia.

"Um beyul é mais que apenas um lugar, é um estado de espírito. Os beyuls são lembretes para nos prepararmos para os desafios à nossa frente, desenvolvendo um estado de espírito calmo e estável, que se torne o nosso beyul interno, o nosso santuário interior", diz  Frances Klatzel.

Ninguém sabe exatamente quantos beyuls existem, o número mais aceito é de 108 e a maioria ainda não foi revelada. A maior parte das áreas que foram localizadas está no lado sul do Himalaia, que é mais verde, úmido e fértil que o planalto tibetano, hostil e estéril.

Alguns desses beyuls, como em Sikkim, no nordeste da Índia, e os vales de Helambu, Rolwaling e Tsum, no Nepal, são conhecidos há séculos pelos praticantes do budismo e agora são pontilhados por aldeias e cidades.

Talvez seja fácil acreditar que a ideia de uma terra escondida seja algo saído de um conto de fadas, mas já foram encontrados pergaminhos antigos com os detalhes da localização de beyuls. O beyul Pemako, por exemplo, fica no que hoje é o remoto Estado de Arunachal Pradesh, no nordeste da Índia.
















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