São centenas de milhares de crianças sem Direito a dignidade, a um futuro e mesmo a Vida.
Na verdade são milhões.
Este menino sírio que se afogou não é uma vítima isolada, mas se tornou um exemplo atual da situação de falência moral e comportamental de nossa espécie.
E certamente, como todas as demais crianças vítimas deste Mundo, não deveria morrer pela ignorância e cobiça dos Homens.
Aylan Al Kurdi não é a primeira vítima, e nem a última.
Se você tiver vontade e uma certa coragem, veja imagens da fome que atinge crianças, da miséria ou ainda imagens da guerra que atingem crianças. Eu pensei em colocar algumas aqui, mas ponderei que seria melhor não coloca-las. Veja-as se desejar.
Quando eu realmente reflito sobre o significado disso, me dá uma profunda vergonha, mas também me dá frustração e decepção.
Quando Aprenderemos?
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Existe a ideia tristemente reconfortante de que a humanidade sempre agiu desta forma, e que não há nada de diferente nas mortes, desigualdades e indiferenças atuais.
De fato, em qualquer momento de nosso passado havia tantas mazelas como hoje, diferentes em alguns casos, mas igualmente cruéis e perniciosas. Só que hoje, além de aspectos proféticos que apontam para o contemporâneo, temos a questão de nossa consciência coletiva.
Porque no passado ainda havia o “não saber”, o “não compreender”.
A informação era restrita e seu acesso limitado. Na atualidade existe amplo acesso aos fatos e a informação.
Sabe-se, compreende-se, então, o que ainda justifica a indiferença?
Hoje a humanidade tem as condições técnicas de resolver uma série de problemas planetários, e não o fazemos pela incapacidade de nossas lideranças e povos trabalharem em um regime de plena cooperação e confiança, sendo então necessária a alocação de montantes imensos de recursos, para manter formas de dissuasão e morte ao semelhante.
Para termos uma idéia, o gasto militar global em números oficiais divulgados de 2012, superou US$ 1,75 trilhão ou US$ 250.00 para cada um dos sete bilhões de seres humanos neste Mundo. Os gastos reais certamente são maiores.
Há milhares de anos somos inspirados e ensinados pela espiritualidade a buscar a aliança com DEUS, para respeitarmos Sua Criação e nossos semelhantes. Independente da denominação religiosa, dos dogmas que cada um creia, praticamente em todas as culturas, as Religiões pregam o amor a DEUS, a tolerância e a fraternidade para com as demais pessoas.
Em Jesus temos o maior exemplo disso.
Daqueles que inspiraram os homens sobre DEUS e que a partir disso surgiram Religiões, Jesus foi condenado injustamente, preso como um criminoso, foi torturado barbaramente e morto com extremo sofrimento e humilhação, sem nunca ter cometido um só crime e por ter defendido uma postura moral e comportamental direcionadas ao Bem comum.
E temos outros exemplos como Sidarta Gautama (Budismo), Moisés (Judaísmo), Muhammad (Islamismo), Krishina (Hinduísmo) os quais verificamos atitudes de abnegação, de Fé e de humildade. Foram ensinamentos vivos da mudança que se faz necessária, e que os homens deturparam em sua falta de capacidade de um pleno entendimento ou por simples ambição.
Assim estes e seus ensinos e exemplos se tornaram na prática “letra morta”, já que o cotidiano nos mostra outra realidade diversa da que foi pregada e vivenciada por estes citados e muitos milhares de outros, durante todos os períodos da nossa história.
Contudo a deturpação da mensagem e do exemplo destes não alterou sua essência.
O ser humano não possui a desculpa de ser ignorante em termos morais, já que lhe foram dadas centenas, milhares de oportunidades de praticar e aprimorar estes ensinamentos. O homem, usando de seu livre-arbítrio, preferiu virar-se contra estes exemplos, a sua própria conveniência.
Vivenciamos agora, em boa parte, as consequências dessa escolha coletiva, já que a humanidade ignorou voluntariamente tais ensinamentos e exemplos, realizados nos mais variados níveis e acessíveis a todos.
A imensa maioria das pessoas não percebe tal atitude, sendo conduzida a crer na normalidade de tudo o que há de errado em nosso Mundo. Muitos até sentem em seu íntimo que há algo de errado, mas não se manifestam, afastando seus mais profundos temores de que estes fatos da Transição sejam verdadeiros.
Isso é ruim porque quantos mais de nós pudermos despertar para isso, mais de nós poderemos compreender os mecanismos que agora operam em nosso destino coletivo. E mais poderemos influenciar positivamente para que os fatos profeciados venham a ocorrer abrandados, e que alguns não ocorram.
Em nosso Mundo impera a ganância, a indiferença ao próximo, à inveja, o ódio, a desconfiança e outros sentimentos do mesmo padrão. O resultado disso se faz sentir de forma dramática.
As guerras matam e mutilam milhares a cada ano, e a indiferença condena milhões a miséria e a fome.
Segundo a FAO, braço das Nações Unidas para a alimentação, o planeta produz alimentos para cerca de 20 bilhões de seres humanos, somos em torno de sete bilhões e temos um bilhão de subnutridos, que nada ou quase nada tem para alimentar-se. Do outro lado temos um bilhão de obesos "observando" pessoas morrendo de fome a cada 3,6 segundos. Por dia são 24 mil mortos, e a cada ano sete milhões de crianças com menos de cinco anos morrem de desnutrição. Doenças curáveis e tratáveis matam centenas de outras pessoas, apenas porque elas não podem pagar pelos remédios e tratamentos.
Os exemplos de ódio e indiferença do homem para seu semelhante são inúmeros e de pleno conhecimento de qualquer um que viva em nossas sociedades.
Todo esse sentimento, caminho escolhido pela coletividade humana, de forma consciente e voluntária por alguns, e de forma não voluntária pela maioria, mas que ainda assim não isenta essa maioria da responsabilidade por sua omissão, só poderia trazer consequências compatíveis com sua natureza.
Portanto a transição não deve ser entendida como ira de DEUS, vingança divina, e muito menos castigo.
Se hoje olhamos para os acontecimentos atuais e nos assustamos, mais que isso deveríamos ter a consciência e a humildade de reconhecer que muitos destes acontecimentos são decorrentes de nosso próprio “desvio de caminho”, praticado, apesar dos exemplos, pelo uso incorreto de nossa liberdade de escolha coletiva.
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A "Regra Áurea" está presente em todas as Religiões
direcionadas a DEUS.
E é descumprida por todos!!
Confucionismo:
"Não faças ao outros aquilo que não queres que eles te façam."
Budismo:
"De cinco maneiras um verdadeiro líder deve tratar seus amigos e dependentes:
com generosidade, cortesia, benevolência, dando o que deles espera receber
e sendo tão fiel quanto à sua própria palavra."
Hinduísmo:
"Não faças aos outros aquilo que, se a ti fosse feito, causar-te-ia dor."
Islamismo:
"Ninguém pode ser um crente até que ame o seu irmão como a si mesmo."
Sikhismo:
"Julga aos outros como a ti mesmo julgas. Então participarás do Céu."
Jainismo:
"Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas as
criaturas assim como olhamos a nós mesmos."
Zoroastrismo:
"A Natureza só é amiga quando não fazemos aos outros nada que não seja bom
para nós mesmos."
Taoísmo:
"Considera o lucro do teu vizinho como teu próprio e o seu prejuízo como se
também fosse teu."
Judaísmo:
"Não faças ao teu semelhante aquilo que para ti mesmo é doloroso."
Espiritismo:
"Fora da Caridade não há Salvação."
Cristianismo:
"Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu
próximo como a ti mesmo."