O verdadeiro objetivo do conhecimento profético se alcança apenas pela reforma interior, e não pelo conhecimento acumulado em si mesmo.

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sábado, 30 de janeiro de 2021

Novilingua, Fakes, Governança e Media

 


"O homem para quem a distinção entre fato e ficção e a 
distinção entre verdadeiro e falso, não existem mais
(O cidadão ideal segundo o Grande irmão - "1984" de Orwell)

Olá Srs.,

Desde o primeiro momento em que pessoas resolveram colocar suas conclusões e pensamentos na Word Wide Web, a gente encontra de tudo.

Nos temas de minha maior curiosidade, profecias e religiosidade, a profusão de afirmações de todo o tipo é impressionante. 

Surgiram e ainda surgem, Seitas e Líderes que se aproveitam da credulidade e da falta de conhecimento de parte da população, para defender teses errôneas e mesmo levar a assassinatos ou suicídios. Há vários exemplos disso.

Então tem se mostrado necessário “cavar” informações de qualidade e com credulidade, de fontes que possam de fato trazer o que se busca, ou explicações fidedignas.

E o que se busca? 

Chegar o mais próximo do texto original, da imagem original, 
do depoimento original, da pesquisa original, daquilo que deu 
origem a informação que se deseja.
A isso eu chamo de busca primária.



As explicações fidedignas ajudam muito e são importantes, mas não devem substituir sempre a busca primária, e em todos os assuntos, por que sem isso fica mais difícil se alcançar um senso crítico próprio sobre uma informação ou interpretação, e consequentemente sobre o tema ou aspectos dele. 

Se o tema, assunto, informação forem relevantes a você, deve ser realizada a busca primária.

Em vários textos deste Blog eu expresso a necessidade do leitor, de se aprofundar por ele mesmo nos temas abordados. Isso é reflexo da afirmação acima, já que ao interessado em um tema, ainda mais religiosidade e profecias, se pretende chegar a conclusões pessoais ou ainda discutir algum tema ou fazer afirmações sobre ele, é importante que compreenda, no mínimo, os aspectos básicos do assunto que está abordando, sem apenas repetir o que ouve ou lê de terceiros.

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Neste aspecto, temos hoje o fenômeno das fake news, um enxame infindável de afirmações e imagens que não procedem ou que são distorcidas, vários produzidas em pequenas fábricas de contrainformação, e distribuídas em massa através de BOTs pelas redes sociais e pelos celulares.

BOTs são basicamente códigos de programação que automatizam processos de coleta e analise de informação, geralmente se utilizando de Inteligência artificial e "aprendizado de máquina" (machine learning), que reconhece padrões e aprende com seus erros para evoluir e refinar sua atuação. BOTs estão por toda a parte atualmente, mas também são usados para disseminar fakes ou fazer comentários positivos a seus controladores, através de perfis falsos em redes sociais.

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Se observamos a história, vamos ver diversos exemplos de manipulação da verdade e profusão de mentiras, controlando a vida de milhões de pessoas, muito antes de ser cunhado o termo fake new e muito antes de existirem BOTs.

Um dos grandes exemplos disso foi a Alemanha nazista nas décadas de 1930/1940, o qual a mentira sobre os judeus e outros povos, chegou a tal ponto que a população em geral apoiou ou simplesmente se omitiu diante do antissemitismo e finalmente, da Shoá.

Outro exemplo foi em Ruanda em 1994, quando os hutus, através de mentiras e manipulação divulgadas pela media local, levaram ao massacre dos tutsis que ceifou mais de 800 mil vidas.

Infelizmente exemplos de conflitos, guerras e massacres, incentivados por informações falsas, informações parciais ou distorcidas, é bem grande.

Temos o regime norte-coreano, um regime em que tudo que chega ao cidadão é manipulado e censurado. De crianças até adultos, a única visão do mundo que a população em geral do país tem, é a visão do Estado. Leia mais abaixo sobre Kimilsungismo.

E temos países praticando censuras parciais sobre seus cidadãos, como a China, a Rússia, o Irã, Arábia Saudita, Cuba, Vietnã ou Síria.

E outros países rastreiam de alguma forma as comunicações de seus cidadãos ou que chegam a eles, como Israel, Tailândia, Turquia, Reino Unido, EUA, Dinamarca ou França.

Existem motivações diferentes nestas iniciativas, algumas são para exercer controle, outras para exercer vigilância, mas todas exercem influência sobre suas Sociedades, algumas de forma ostensiva, outras de forma sutil.

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A GOVERNANÇA, ou seja, todos os processos envolvidos em governar um País ou Grupo, envolve também os aspectos da comunicação com os governados, e esta comunicação é feita pelos meios de comunicação ou MEDIA (midia).

A media são os meios de comunicação social, que utilizam aparatos analógicos ou digitais para transmitir textos, imagens, vídeos e áudios. Esta transmissão de informação pode ser generalizada ou pode ser focada em países, grupos e regiões. Os meios mais conhecidos são os livros e e-books, jornais, revistas, rádio, cinema, televisão, gravações em geral e internet.

Existe uma relação entre Governança e Media.

O papel da media, quando exercida em um ambiente social de liberdade civil e politica, é relatar os fatos relevantes a Comunidade que atende, e ser critica, já que se não estivermos cientes dos problemas, não serão buscadas soluções. Sem saber que algo acontece, fica impossível intervir.

Em um Regime democrático, esta postura embora possa causar eventuais atritos com o poder publico e seus representantes, é tida como fundamental. Funciona como um olhar da própria sociedade sobre si mesma e sobre suas instituições. E funciona também como um meio do Governo se comunicar com sua população.

Em um Regime democrático existe a multiplicidade de linhas editoriais, existe a liberdade de qualquer pessoa ou grupo, de criar e divulgar seus escopos de informações e ideias, ainda mais com a internet. Gente concordando e discordando, exibindo seus pontos de vista de forma livre. 
Uma linha editorial consiste em uma espécie de guia do próprio meio de comunicação, de assuntos que serão trabalhados em suas publicações, assim como suas abordagens.

Em um Regime não democrático, não existe a multiplicidade de linhas editoriais. Pode até haver quantidade de jornais, rádios ou TVs, mas o que é divulgado é controlado, o discurso tem que ser homogêneo e favorável ao regime. O acesso à internet é restrito, e a navegação, se permitida, é monitorada. Em um regime desta natureza, só há concordância, só há um ponto de vista predominante porque não há espaço para quem discorda.

Em um Regime não democrático, críticas que não sejam direcionadas aos adversários do regime, não são bem recebidas, e quem critica o regime acaba correndo risco de vida. A media existe para transmitir a versão dos fatos, segundo o Governo.

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Percebe-se então que em um Regime não democrático, com uma imprensa controlada, qualquer um saberá apenas o que o Governo permitir que se saiba.

Em um Regime democrático, você ficará sabendo também o que seu Governo preferiria que você não soubesse, portanto a diferença é grande.

Mas nem tudo é perfeito, já que algumas medias, e falo de regimes democráticos, alcançam tanta influência sobre as massas que podem até mesmo prejudicar um Governo ou ao contrário, endossar ações negativas de um Governo e prejudicar a população.

O potencial deste poder existe mesmo, e para coibir isso existem em regimes democráticos, leis de partilha de áreas de concessão a media, de forma a garantir a multiplicidade de informação e proporcionalizar a aplicação de fundos estatais de propaganda nestes meios.  

Mas isso também não é perfeito, e existem corporações de informação de alcance nacional ou mundial com grande influência sobre Governos.  E algumas corporações de informação são de Governos, por exemplo, a CGTN (China Global Television Network) da China ou a Agência TASS da Rússia.

Este tipo de influência de medias sobre Governos, pode acontecer através de "favorecimentos" pessoais diversos, e também pode ocorrer através de pautas jornalisticas favoráveis a Governos e governantes, divulgadas nestas medias. No caso das medias estatais, também podem ocorrer medidas de favorecimento a nível de Governo a Governo.

E também existem Governos com grande influência sobre medias. Esta influência de Governos se manifesta de variadas formas, não apenas pela violência ou coação. Vai da permissão da entrada destes grupos em seus países, a autorização para criação de novos canais de TV e rádio. De contratos de transmissão exclusiva de eventos ou entrevistas, até, apesar de existirem regulações sobre isso, o uso de fundos publicitários estatais.

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Existem em regimes democráticos, leis e normas de auto-regulamentação, que também coíbem e punem afirmações deliberadamente mentirosas, mas isso se aplica sobre as mentiras e denúncias vazias, não sobre as críticas e denúncias embasadas em fatos. E nem sempre isso fica claro, digo, as mentiras e denuncias vazias, pois algumas medias e pessoas são habilidosas em dizer coisas nas entrelinhas, de induzir ideias e conclusões sem de fato afirmá-las.

É comum que sugestões sejam embutidas em informações, e estas sugestões visam direcionar as conclusões do leitor para o alvo desejado, e muitas vezes conseguem. Há regras sobre isso no Jornalismo formal, mas não no jornalismo informal, aquele que você lê em sites pseudo-noticiosos ou assiste em alguns canais do U-Tube, por exemplo.

Por isso é fundamental a busca primária, aquela que aproxima você o mais possível da informação original.

No Brasil a imprensa é regulada pela chamada "Lei da Imprensa", na verdade um conjunto de Leis para regulamentar o setor, que se iniciaram através da Lei No. 2.083 de Novembro de 1953, e posteriormente através da Lei No. 5250 de Fevereiro de 1967.

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E como se aproximar o mais possível da informação original no dia a dia? 
Buscando informações em várias fontes.

Uma pessoa que lê o mesmo jornal todos os dias, e isso se aplica a outras medias, estará informada de acordo com a linha Editorial daquele jornal, que pode ser idônea inclusive, mas não é a única visão dos fatos que existe. Outros jornais poderão acrescentar dados e análises a informação, que você não terá acesso se não os buscar, e por isso quem deseja estar um pouco mais informado, deve ler informações de mais de uma fonte de informação, e atualmente com a internet isso é plenamente possível.

Cabe lembrar que a grande media é também um comércio, que precisa ganhar a atenção do publico para ganhar dinheiro. E existem, com certeza, motivações de Mercado que também direcionam a divulgação de notícias.

Por exemplo, as vezes acontece um caso de comoção com, digamos, um afogamento em um rio. Nos dias que se seguem, outras notícias sobre afogamentos saem em várias medias, até que o tema se esgota e outro fato acontece, passando a ser o foco da atenção do publico.  Não é assim?

As vezes parece que os casos de crimes X ou acidentes Y estão aumentando. Basta ocorrer um caso que cause comoção e outros casos surgem no rastro, e em diferentes canais de TV e rádio. Isso é o foco mercadológico das medias, te oferecendo o assunto do momento pra você consumir, e que daqui há poucos dias será outro. O fato pode ser absolutamente verdadeiro, mas o foco excessivo da media em um determinado assunto, as vezes não faculta a observância clara de vários outros fatos relevantes que também acontecem.

Então e mais uma vez, se mostra importante a quem deseja ter uma visão mais ampla dos fatos, buscar informações de várias fontes e linhas editoriais, até de outros países, para poder refletir por si mesmo a essência dos fatos relatados. É adequado ler Livros e Artigos diversos.

Na Democracia nós podemos fazer isso sempre. Em regimes ditatoriais e outros menos livres, não.

Mas muitas pessoas não tem a intenção de buscar aprofundamento no que quer que seja, além de suas rotinas. Ora por falta de tempo, por falta de interesse e mesmo apenas para manter seus pontos de vista. Alguns inclusive, se acostumam a ser tão tutelados que passam a ‘consumir’ somente o que sua Religião, Grupo ou Ideologia determinar.

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E aqui entra algo relativamente novo, as FALSAS FONTES NOTICIOSAS.

Há grupos que forjam sites particulares como noticiosos, com nomes imitando Jornais ou Grupos de comunicação, quando na verdade são apenas sites comprometidos e mantidos por uma forma de pensamento específico que visa se disseminar.

É absolutamente normal haver um Blog ou Site com pontos de vista próprios, embora alguns realmente exagerem em seus pontos de vista. Mas não é isso a que me refiro.

Alguns destes espaços virtuais são criados visualmente e com nomes, para se parecerem com sites noticiosos. Diante de uma afirmação ou interpretação de um grupo qualquer que parece noticia a quem lê, a intenção é claramente manipular ou confundir, e vários destes sites divulgam fakes.

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E o que são FAKES?

Fake News, Notícias falsas ou #FAKES, são basicamente uma forma de distribuição deliberada de desinformação, boatos e noticias erradas.


Este tipo de notícia é escrito e publicado com a intenção de enganar, a fim de se obter ganhos financeiros ou políticos, geralmente com manchetes sensacionalistas, exageradas ou evidentemente falsas para chamar a atenção. Podem ser criadas por indivíduos, mas geralmente tem sido financiadas por Governos e grupos, visando o lucro ou o controle social de parcelas ou da totalidade da sociedade.

Um conteúdo intencionalmente enganoso é diferente de uma sátira ou paródia, que geralmente se identifica pela fonte, pelo contexto ou pelo próprio conteúdo.

Fakes podem ser mais insidiosos do que simples mentiras, eles podem conter elementos de verdade sobre o fato abordado, de forma a confundir ainda mais o publico e fornecer pontos de vista distorcidos sobre um tema ou temas.

Existem vários espaços dedicados a revelar notícias falsas disseminadas no Brasil e no Mundo, e recomendo que você as utilize. Mas geralmente basta colocar a afirmação em dúvida no google, que surgem respostas, embora algumas colocações requeiram mais pesquisas.

Voltamos então a necessidade de, quem deseja ter uma visão mais ampla dos fatos, de buscar informações de várias fontes e linhas editoriais, até de outros países, para poder refletir por si mesmo a essência dos fatos relatados.

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Existe uma iniciativa civil no Brasil, não vinculada ao Governo, medias e nem a Partidos Políticos, chamada de Ranking dos Sites de Baixa Qualidade, que usa uma metodologia para classificar a qualidade da informação repassada por variados sites no Brasil.  

Este ranking é formado por seis critérios considerados essenciais em um site de notícias, para ter credibilidade no mundo jornalístico, acadêmico e científico. 

Eles são: Falta de Autor, Sensacionalismo, Anúncios excessivos, Editorial falso, Comentários anônimos e de trolls e a Ausência de fontes, paralelos e referências fora do escopo de outros sites não confiáveis.

  • Fact or Fake no Facebook
  • O espaço é dedicado ao Registro e Esclarecimento de Noticias e Informações Falsas de qualquer natureza, e sobre qualquer pessoa, País ou tema. O Objetivo é o Esclarecimento e a Desmistificação de afirmações falsas que circulam pela internet, zap e redes sociais em geral.

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** Acréscimo 01/2025 **

A ascensão do Complexo tecnológico-midiático

O chamado Complexo militar-industrial (em inglês: Military-industrial complex) é um conceito usado para, basicamente, se referir ao relacionamento político entre um governo (ou Governos) e a indústria bélica e de bens para este fim. Trata-se uma 'aliança informal' de diferentes grupos com investidas psicológicas, morais e materiais diversas, visando interesses no desenvolvimento contínuo e na manutenção de seus negócios em altos níveis financeiros, buscando a preservação de mercados 'coloniais' e a concepção militar-estratégica de negócios.

NO ENTANTO, estamos entrando com tudo em uma nova era, a dos Complexos tecnológicos-midiaticos (o termo foi criado para o texto), que não fazem questão de discrição, pelo contrário, alardeiam seus conceitos e balançam seus bilhões. E penso que vão coexistir de forma tranquila com o Complexo militar-industrial, desde que não o ameace.

Enquanto o complexo militar-industrial se refere à relação estreita e influente entre as forças armadas, indústrias de defesa e governos, o complexo tecnológico-midiático engloba as interações entre grandes empresas de tecnologia, meios de comunicação e governos.

Donald Trump foi reeleito presidente do EUA em 2024, apesar de ter sido Réu em uma série de processos ligados a invasão do Capitólio em 2021, e só não ser condenado por ter sido reeleito, isso dito pelo proprio Departamento de Justiça do EUA. 

No primeiro dia de seu novo mandato, 21 de Janeiro de 2025, Trump assinou um Perdão presidencial a 1.500 réus acusados na invasão do Capitólio, com alegações de Trump teria sido prejudicado na Eleição.  O perdão presidencial causou indignação entre parlamentares e no meio judiciário norte-americano. Durante sua campanha, o presidente eleito chamou a data da invasão de "dia do amor", quando 5 pessoas foram mortas.

Redes sociais como o TikTok e o X, foram fundamentais para a reeleição de Trump, a ponto de Musk, o dono do X, ser nomeado chefe do Departamento de Eficiência do Governo norte-americano, e  CEO do TikTok, o Sr. Shou Chew, foi convidado para participar dos eventos da Posse, bem como seu aplicativo, apesar de proibido em todas as instâncias judiciais norte-americanas, voltou a funcionar horas depois de ser bloqueado pela Justiça dia 19 de janeiro de 2025, graças a intervenção de Donald Trump ainda nem empossado.

Com 11 bilionários, o gabinete do Governo de Trump vale mais do que o PIB de 154 países. A renda conjunta dos indicados é de pelo menos 452,8 bilhões de dólares, pouco mais que R$ 2,7 trilhões. 

Bilionários são 0,00024% da população americana ou 813 pessoas (abril de 2024), mas representam 12,5% dos indicados por Trump. Dos 80 indicados pelo presidente eleito para seu governo, dez (dos 813) são bilionários e ao menos cinco outros são multimilionários. 

Fim acréscimos

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NOVILINGUA

Novilingua é um idioma fictício criado pelo governo autoritário da obra literária “1984”, de George Orwell, publicada em 1949. A ideia sobre o idioma consiste em restringir as possibilidades de raciocínio, não apenas proibir a menção a coisas, fatos ou pessoas indesejáveis.

E um dia destes me dei conta, que vários destes fakes que circulam diariamente, são expressões reais da novilingua.

Por exemplo, quando Donald Trump, ex-presidente do EUA, sem prova alguma e depois de perder todos os recursos que moveu sobre as eleições de 2020 por falta de evidências, e com 100% das autoridades do EUA e de outros países assegurando a idoneidade do pleito que deu vitória a Joe Biden nos Votos e no Colégio eleitoral, Trump conseguiu mobilizar uma parcela da população do EUA e também de outros países a seu favor, a ponto de populares no EUA, em sua maioria ligados a grupos radicais, invadirem o Capitólio, o Congresso do EUA, em 06 de Janeiro de 2021. Trump usava a palavra fraude, mas quem estava fraudando era ele.

Esta inversão da essência dos termos é exemplo claro de novilingua presente no Livro de Orwell, e não é só o Trump que vem fazendo isso. 

O livro “1984” de George Orwell, que na verdade se chamava Eric Arthur Blair, foi livremente inspirado em regimes fascistas e comunistas que se expandiram pelo mundo nas décadas de 1920 e 1930, inclusive levando a 2a. Guerra mundial.

A história do livro publicado em 1949, se passa no então distante ano de 1984, em um futuro onde o Estado impõe um regime totalitário para toda sociedade global, através da vigilância do Grande Irmão, o Big Brother. Por isso o programa de TV tem este nome, devido a vigilância total e por 24 horas por dia.

Havia o Ministério da Verdade, tendo como função alterar dados para que toda a estória, comunicado e documento divulgado ao público, estivesse de acordo com o que o partido central pregava. Isso com certeza foi inspirado no Ministério da Propaganda do regime nazista e de Goebbels.

Havia o Ministério da Paz, responsável por lidar com guerras e ainda o Ministério do Amor, que espionava, prendia e torturava as pessoas.

Neste cenário, qualquer adversário do Big Brother era um inimigo, um representante do mal absoluto, e sua eliminação era condição de sobrevivência do próprio regime.

Guerra é paz, Liberdade é escravidão, Ignorância é força.
(Lema do grande irmão - "1984" de Orwell)

Portanto percebi que uma espécie de novilingua se manifesta predominantemente em fakes na atualidade, mas ela também se manifesta em teorias de conspiração infundadas como o Qnom, Terra plana, sobre como a radiação do 5G ajuda a espalhar o coronavírus ou em teses antivacina diversas.

E seu objetivo principal é de fato, restringir as possibilidades de raciocínio, fornecendo apenas elementos que fortaleçam os pontos de vista apresentados, sem considerar visões diferentes e visões mais abrangentes dos mesmos fatos.

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Para tentarmos um olhar mais crítico/analítico sobre os fatos, e escapar de fakes e teses infundadas, mas também das distorções ocasionais de certas medias, é importante realizar a busca primária, ou seja, chegar o mais próximo possível do texto original, da imagem original, do depoimento original, do documento original, da pesquisa original, daquilo que deu origem a informação que se deseja.

É igualmente importante verificar a idoneidade da fonte, mas principalmente, a quem deseja ter uma visão ainda mais ampla dos fatos, é fundamental buscar informações de várias fontes e linhas editoriais, até de outros países, para poder refletir por si mesmo a essência dos fatos relatados. É adequado ler Livros e Artigos diversos.  


Toda a media é tendenciosa em algum nível (lembra da linha editorial?). Por isso também o acesso a múltiplas fontes de informação e de conhecimento, é relevante. Com o tempo, um pouco de percepção e isenção na busca, você vai perceber quais fontes de informação são mais confiáveis do que outras.

E acima disso, devemos preservar de toda a forma o Regime democrático e a liberdade das Instituições, para mantermos o Direito de buscar informação nos variados pontos de vista aonde quisermos, e também para podermos nos manifestar com liberdade, responsabilidade e segurança.

LEIA:


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Kimilsungismo
** Acréscimos 10/2022 **

Kimilsungismo, Ideologia Juche, ou apenas Juche, é uma filosofia política nascida do período de resistência à colonização japonesa na Coreia, que defende que os mestres da revolução e da construção social são as massas populares.

Juche em coreano pode ser traduzido como "Mestre de si próprio", e é uma ideologia centrada no homem, explicando o papel e a função que o mesmo exerce no mundo. Segundo essa ideologia, as massas são donas de tudo e forjam seu próprio destino. A construção e o progresso do socialismo só pode surgir delas. 

A ideologia fala essencialmente que o homem é que domina o mundo, com seu espirito criador, sua independência e sua consciência.

Kim-Il Sung, o primeiro líder da Coreia do Norte, de 1948 até sua morte, foi o idealizador da Ideologia Juche, e durante a resistência anticolonial coreana, ele buscou trazer as bases do marxismo leninista à realidade coreana, misturando elementos de culto a personalidade, do xintoísmo, do budismo e mesmo do cristianismo. 

As pessoas na Coreia do Norte rezam para a foto do grande líder, que faleceu em  8 de julho de 1994. Todos os anos, em 15 de abril, no aniversário de nascimento de Kim-Il Sung, fundador e presidente eterno da Coreia do Norte, comemora-se o Dia do Sol, que é o feriado nacional mais importante do país, o equivalente ao Natal em países ocidentais.

O Juche tem sido promovido pelo governo norte-coreano na política de Estado, e faz parte do sistema educacional desde que o conceito foi elaborado em 1955. Em 1977, o Juche substituiu o marxismo-leninismo na constituição da Coreia do Norte, solidificando a sua posição como ideologia oficial do país.

Me parece óbvio que o Juche não é focado no desenvolvimento individual da população Norte-coreana, e sim coletivo enquanto Estado forte, repressor, e com a manutenção de sua oligarquia.

Se algum dia houve a intenção de um foco real no desenvolvimento universal dos habitantes da Coreia do Norte, isso se perdeu há muito.

Resta hoje é o Culto a Kim-Il Sun e a sua dinastia,  Kim Jong-il e atualmente  Kim Jong-un, que na prática se comporta como um reinado absolutista, em um País fechado para o Mundo, e cuja a população não tem seus Direitos humanos básicos garantidos, principalmente caso falem ou façam qualquer coisa que desagrade o Estado ou sua liderança.   

Norte-coreanos não podem escolher aonde morar e nem aonde trabalhar, pais não podem escolher aonde seus filhos estudam, não há internet e nem chamadas internacionais por telefone, não há programas de TV ou radio estrangeiros, sequer musica estrangeira. Viajar dentro do Pais, só com permissão, e para o exterior é praticamente impossível. E a lista segue infindável, desde o corte de cabelo legalmente aceito, até prisão por porte de pornografia.

Calendário Juche

Este calendário é utilizado somente na Coréia do Norte, e segue a ideologia Juche. Os meses, semanas e dias têm a mesma marcação do calendário Gregoriano. 

A contagem cronológica do Calendário Juche começou em 1912, ano do nascimento de Kim Il-Sung, cultuado quase como uma divindade no país.  Os anos anteriores ao nascimento de Kim Il-Sung são grafados com o número, precedido da expressão A.J.

Em 2022, o calendário Juche está no ano 110.


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No Brasil, somos espionados?

Muitos estão cientes sobre as teses absurdas de espionagem focadas na tecnologia chinesa do 5G.

Existem grupos na internet disseminando mentiras neste sentido, inclusive ligando a tecnologia a vacinação da COVID, em teses conspiratórias que não fazem sentido algum.

Sobre a possibilidade de a China nos espionar, eu não descarto isso, pelo contrário, embora nada tenha haver com 5G e COVID.  O País consome 30% de nossas exportações, praticamente tudo em alimentos, e tem óbvios interesses estratégicos envolvidos nisso.

"Inteligência no exterior, contra inteligência e Pessoas de interesse"

Desde meados dos anos de 1990 o Sistema Echelon é conhecido, assim como o Carnivore e outros sistemas de coleta de dados pelo EUA e seus aliados.

Um dos Logotipos da NSA (Agencia de Segurança Nacional do EUA)
"Nada está além de nosso alcance"

Nos anos de 1990 estas afirmações soavam como fantasia aos ouvidos da maioria das pessoas, e talvez ainda soem para os desavisados, mas anos depois o WikiLeaks revelou ao Mundo, de forma organizada e documentada, que a extensão da espionagem norte-americana e aliados, é ainda maior do que se pensava.

Então provavelmente a China nos espiona, e posso afirmar com certeza que o EUA faz isso e continuará a fazer isso com o Brasil e com outras Nações.  

Então o debate não se trata se seremos espionados, já somos!!
 
Mas esta espionagem tem focos específicos, e embora exista o potencial de alguém ler aquele e-mail que você enviou ou ver aquela foto pessoal,  isso é improvável devido a escalabilidade. São bilhões de registros de comunicação diariamente, e existem algoritmos que separam os dados de interesse, baseados em critérios definidos previamente.  Não é aleatório mas também não é sequencial, então em relação a quantidade, poucos são os registros que de fato serão melhor analisados, mas mesmo assim falamos de centenas de milhares de registros por dia. 

Esta quantidade imensa de dados diários, é analisada e classificada com técnicas computacionais que envolvem Big Data. Estas técnicas foram criadas e vem sendo aperfeiçoadas para lidar com um grande volume de dados não-estruturados, ou seja, dados que não têm relação entre si e nem pertencem a uma estrutura definida, por exemplo, posts em redes sociais, vídeos, fotos, tweets e mesmo dados de geolocalização.

Então a NSA, o MSS e tantos outros, não estão muito interessados em sua foto ou no seu e-mail, a não ser que  contenham elementos que estejam no escopo da busca, embora o potencial de coletar estas informações exista há anos.

A Agencia Brasileira de Informação (ABIN) não realiza uma coleta de dados em massa neste nível, mas há a coleta de dados direcionada a alvos de interesse. Ao que se sabe o Brasil não tem este tipo de inciativa de coleta massiva, mas o Estado brasileiro possui cadastros com variadas informações sobre seus cidadãos, e isso aumentou a partir do implemento do E-Social e com o PIX.

O potencial de coleta de dados do Estado brasileiro sobre seus cidadãos, abrange dados pessoais, profissionais, perfil socioeconômico, propriedades, parentescos, dados financeiros, histórico de consumo e em alguns casos, histórico médico e outros dados.

E estes dados, inexplicavelmente, as vezes vazam para o Mercado através de roubo de dados realizados nas estruturas de dados do Governo Federal. 


Este roubo de dados é considerado o maior da história do Brasil, e foi chamado de o "Vazamento de dados do fim do mundo".   Os hackers categorizaram as informações para venda a quem desejar, em 37 sessões. 

São elas: Básico simples; Básico completo; E-mail; Telefone; Endereço; Mosaic (um serviço oferecido pelo Serasa); Ocupação; Score de crédito; Registro geral; Título de eleitor; Escolaridade; Empresarial; Receita Federal; Classe social; Estado civil; Emprego; Afinidade; Modelo analítico; Poder aquisitivo; Fotos de rostos; Servidores públicos; Cheques sem fundos; Devedores; Bolsa Família; Universitários; Conselhos; Domicílios; Vínculos; LinkedIn; Salário; Renda; Óbitos; IRPF; INSS; FGTS; CNS; NIS e PIS.

A maioria dos dados são de 2019, mas também há informações de 2017, 2018 e 2020.

O atual Presidente do Brasil,  Jair Bolsonaro, e os ministros do STF, a Suprema Corte do Brasil, estão com seus dados à venda na internet e depois de vários dias, em Fevereiro/2021, a Policia Federal brasileira abriu uma investigação sobre o assunto.  

Geralmente estes roubos de dados visam o uso comercial, então aquele telemarketing que fica te ligando, provavelmente coletou seus dados de algum vazamento de dados desta natureza.

Mas sabe aquelas compras que você não fez? A ligação que você não realizou? O golpe na praça que está em seu CPF? O empréstimo que você não pediu? 

São frutos de roubo de seus dados, e sobre isso, embora possamos desligar nossos celulares ou encerrar todas as nossas contas em redes sociais, nós jamais teremos o controle de nossos dados que são coletados diariamente e nem nos damos conta, e que seguem para as bases de dados do Estado.

Portanto sua privacidade é relativa, e não se preocupe em ser espionado, relaxe porque isso já acontece cada vez que você saca dinheiro, em cada compra que você faz com cartão ou biometria, em cada pesquisa que você realiza na internet ou no seu celular.    

Até Março de 2025, ninguém foi preso pelo "Vazamento de dados do fim do mundo" ou algo foi de fato concluido. Mas você, eu e milhões de outros brasileiros recebemos ligações diárias de pessoas que sabem nossos dados pessoais, geralmente buscando nos aplicar golpes financeiros.


** Acréscimos 02/2021 **



Desta vez, 102 milhões de contas de celular tiveram suas informações expostas na dark web. Dentre as informações, estão número de celular, nome completo do assinante da linha e endereço. 

A PSafe passou as informações para a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) que informou, nesta quinta-feira (11/02/2021), que investiga o caso. Ainda não se sabe a origem do vazamento, mas usuários das Operadoras de telefonia Vivo e da Claro, que já contribuem para a investigação, foram afetados. (Matéria Jornalística

 
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Conheça:
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sexta-feira, 16 de março de 2012

A Teoria do "Grande Teatro"

         

Olá a todos

Aqui no Blog é possível ler sobre o que eu chamo de “Eixo Paquistão, Índia e China”, o qual afirmo dentre outras coisas que  “O Paquistão, assim como a Coréia do Norte e o Irã, possui tecnologia de mísseis e tecnologia nuclear graças a China. A tecnologia fluiu entre estas quatro Nações, de forma que as três citadas, Coréia do Norte, Paquistão e Irã,  puderam desenvolver tecnologias próprias nestas esferas, sendo que esta afinidade é patente e já bem demonstrada por órgãos de inteligência e mesmo na mídia.”.

Além das afinidades indicadas neste texto e seu complemento, “Rússia, China e EUA no fim dos tempos”, tenho notado uma certa repetição de eventos no cenário mundial, que me levam a teorizar sobre algo que eu chamo de o “grande teatro”, ou simplesmente “teatrão”.

O sentido é intencionalmente jocoso, porque ao que me parece, ele tem que ser perceptível a Governos e Órgãos de Inteligência, o que indica que faz parte do “jogo entre as Nações”, fruto da "diplomacia de canhões" com a "diplomacia dos salões".

Mascaras gregas

Portanto é um “grande faz de conta de verdade”, em que pessoas acabam morrendo, e no qual valioso tempo e valiosos recursos são gastos.

Lembrando que é apenas uma teoria baseada na observação, basicamente o estes eventos são :

- ameaças de ataque ao Irã
- continuidade do desenvolvimento de mísseis e nuclear do Irã, apesar das ameaças.
- Oposição sistemática da Rússia e da China a um ataque ao Irã, e mesmo contra determinadas  
represálias, que na prática não são respeitadas, e NINGUEM reclama disso de forma efetiva.
- ameaças de ataque a Coréia do Norte
- continuidade do desenvolvimento de mísseis e nuclear da Coréia do Norte, apesar das ameaças.
- Oposição sistemática da Rússia e da China a um ataque a Coréia do Norte, e mesmo contra 
determinadas represálias, que na prática não são respeitadas, e NINGUEM reclama disso de
forma efetiva.

Com isso, é possível perceber que existe há anos, uma ALTERNÂNCIA entre os focos de tensão no Pacífico e no Oriente Médio.

Esta percepção se iniciou através do Boletim MidiaeProfecia, no qual é possível acompanhar uma série de informações sobre a Coréia do Norte e suas continuas ameaças sobre destruir o vizinho do Sul, sobre bombardear o Japão e mesmo, sobre atacar o EUA com misseis balísticos.

Algumas destas ameaças deviam ser levadas a sério, mas muitas não, talvez não na intensidade com o qual o EUA e outros fizeram crer.

Houveram diversos momentos em que a tensão foi real, em que mortes ocorreram e chegou-se perto de um conflito, mas mesmo nestes momentos a tensão sempre diminui em seguida. E as ameaças norte-coreanas, efetivas ou não, se alternam com a pressão exercida sobre o Irã, e isso torna a ocorrer agora.

Um dos eventos que mais me chama a atenção neste "teatrão", além das diversas “ameaças vazias” levadas a cabo pelo Governo Norte-Coreano, e curiosamente levadas a sério por centros de inteligência e Governos adversários, foi o afundamento da Corveta sul-coreana Cheonan, ocorrido em Março de 2010, algo envolto de mistérios.   Quem afundou o navio, os norte-americanos, a China, a própria Coréia do Sul ?
Cheonan - Causas possíveis para o afundamento

            Acusaram a Coréia do Norte, então a questão é que uma embarcação de guerra, em missão de patrulha, foi atacada e destruída por uma Nação estrangeira e hostil, matando 46 militares. E perceberam que nada aconteceu ?

Nesta direção do “nada aconteceu”, já perceberam também que se fala sobre um ataque ao Irã, a propósito de armas nucleares, desde 2006? Sim, já fazem 6 anos e nada ocorreu, os iranianos estão há meses (ou semanas) da sua primeira bomba atômica, se já não a tem.

E como bônus o Irã aproveitou estes seis anos para desenvolver e adquirir mais e melhores armas, construir bunkers mais profundos, maiores e melhor defendidos, ao ponto de terem criado um concreto específico, o “super-duro”, capaz de resistir a bunker-busters.



Mas se há uma encenação, quem a comanda e com qual o objetivo ?

Conforme comentado no texto “Eixo Paquistão, Índia e China”, percebo uma polarização entre interesses mundiais, que embora ainda em estágio de formação, já é bem perceptível nas grandes decisões da economia e política.

Assim como houve no passado, o interesse chinês em compartilhar determinadas tecnologias, de forma a dividir os esforços de inteligência e bélicos das potencias ocidentais, embora fortalecida no presente, a China ainda não tem como fazer frente a um eventual embate pelo controle do Pacífico, ou ainda pelos recursos energéticos do Oriente Médio.

Rotas de fluxo de Petróleo e Gas


A China investe pesadamente, e para exemplificar, acabou de anunciar um aumento significativo de recursos em suas forças armadas, ainda este ano, com uma planificação de aumento anual até 2015. De 2004 até 2013, o orçamento militar oficial da China, aumentou 170%. Só de 2013 para 2014, o orçamento militar chinês teve um aumento de 12%, ultrapassando os US$ 130 bilhões em números oficiais, já que o valor real nunca será conhecido.

Mas ainda precisa de seus “satélites” atuando, por exemplo Coréia do Norte e o Irã,  de forma que possa de alguma maneira, controlar melhor os eventos mundias, influencia-los de acordo com seus interesses, mas principalmente, criar uma situação em que seja necessário que seus adversários, principalmente o EUA, dividam permanentemente suas tropas e equipamentos bélicos, com a perspectiva constante de uma batalha em duas frentes.. E enquanto isso, fortalece seus aliados ao mesmo tempo em que, conjuntamente, investe em auto-desenvolvimento bélico e tecnológico.

Então os focos de tensão ficam oscilando entre os "participantes" deste “teatrão”, de forma que na prática, nenhum deles seja atacado.

As coisas esquentam com o Irã? A Coréia do Norte anuncia ameaças.
A Coréia se acalma? O Paquistão ameaça romper com o EUA.
 O Paquistão é resolvido? Irã fala em manobras ou testes.
O Irã se aquietou? A China ameaça Taiwan.

Taiwan

E assim vai, até que se chegue ao ponto que se deseja, o ponto em que a perspectiva de a China e seus aliados ganharem um embate, seja real.

Dividem foco mundial e obrigam seus adversários a dividirem esforços, e a encararem a possibilidade do "pesadelo" de uma guerra em larga escala e em duas frentes, Eurásia e Pacífico.

LEIA:


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Atualização de texto
Dezembro-2014

Este texto original foi publicado em 16 de Março de 2012, e deveria vir recebendo atualizações desde então, afinal os fatos não pararam e não param de acontecer.

Logo em seguida no tempo, no dia 30 de Março de 2012, a Coréia do Norte realizou dois testes com mísseis de curto alcance, com a capacidade de atingir o Japão e a Coréia do Sul.

Ainda no inicio de Março de 2012, poucos dias antes da publicação do original deste texto, o EUA firmou com a Coréia do Norte um acordo visando parar as atividades de sua usina de enriquecimento de urânio. Em troca o EUA forneceria fundos e alimentos, e se comprometia a baixar sanções e dar sequência ao diálogo, visando uma melhora na relações.

Mas em Abril de 2012 a Coréia do Norte surpreendeu o Mundo ao anunciar que lançaria seu segundo satélite (o primeiro foi lançado em 2009) com um míssil Taepodong-2.  

Contrariando o Conselho de Segurança da ONU, a Coréia do Norte lançou sem sucesso o míssil em 12 de Abril de 2012, que falhou e caiu no Mar Amarelo (Yellow Sea). Recordemo-nos que em Maio de 2009, a Coréia do Norte também realizou o seu segundo teste nuclear, o que gerou amplos protestos da comunidade internacional.

Por conta da quebra do acordo de Março de 2012, a ajuda alimentar a Coréia do Norte, fornecida pelo EUA e pela Coréia do Sul, foi suspensa. Devido a problemas naturais em solo norte-coreano e a interrupção da ajuda alimentar externa, milhares de norte-coreanos morreram de fome naquele ano, em um País em que a população passa fome há anos, também devido a uma política deliberada do Estado Norte-Coreano para controlar de todas as formas sua população. Houveram inclusive relatos de canibalismo nas zonas rurais do País, devido a escassez de alimentos.

As prioridades Norte-coreanas são seu desenvolvimento tecnológico bélico e suas Forças Armadas, um dos maiores exércitos do Mundo, com aproximadamente 1 milhão efetivos ( 2014), e mais de 4 milhões de reservistas . 

A dificuldade destes números é sua precisão, ou seja, não há informações confiáveis por parte do Governo Norte-coreano, mas são estimativas realistas feitas, em sua maioria, com base na espionagem. Mesmo os números do orçamento militar norte-coreano variam muito de fonte para fonte, e pela mesma razão. 

Mas COM CERTEZA o orçamento militar do País é muito menor do que o do EUA, que em 2014 irá girar em torno de US$ 577 bilhões. Mesmo a previsão "mais otimista" em relação ao orçamento militar da Coréia do Norte, aponta para valores em torno de US$ 8 bilhões, superada por países como a Índia, China, Coréia do Sul e mesmo o Japão.  

É claro, estes números declarados pelo Ocidente são os orçamentos legais que podem ser divulgados, mas todos sabemos que há fundos que fazem parte do esforço militar ou de inteligência que não são divulgados. 

No EUA por exemplo, chamam estes fundos de bilhões de dólares "invisíveis" de "Orçamento Negro", e é claro que a Coréia do Norte também tem "seus fundos que ninguém sabe de onde vem", afinal um País que tem um PIB em torno de US$ 40 bilhões, ou seja, 14 vezes MENOR do que apenas o orçamento militar de seu principal inimigo, o EUA, não tem como lhe ser ameaça real ou mesmo lhe fazer face.

Então o suporte da Coréia do Norte vem de outro lugar, de outro País ou Países que lhe proporcionam acesso a fundos e a tecnologia, que possibilitam o País a desenvolver armas nucleares e os mísseis de alta tecnologia para carrega-las.

Já sabemos qual é o principal suporte da Coréia do Norte, está dito mais acima neste texto, é a China.

Em Abril de 2012, o EUA acusou diretamente a China de auxiliar a Coréia do Norte em seu programa de mísseis, e mais recentemente, em 08 de Outubro de 2014, foi publicado um artigo no The Interpreter, organismo especializado na análise de eventos internacionais, traduzido em português pelo DefesaNet, com o nome "China e a Unificação das Coréias - A importância do "para-choque", em que é dito que "manter a Coreia do Norte suspensa representa um profundo interesse da China em termos de segurança, e isso vai atrasar a unificação da península ao máximo. Como na maioria dos casos em se tratando da política externa de Pequim em relação a Pyongyang, acho essa abordagem cínica e manipuladora. A China manipula o suposto pior país do mundo com pouca preocupação acerca da opressão terrível dentro do território. Por um lado enfatiza a importância de sua própria reunificação com Taiwan, e por outro age tacitamente para negar o mesmo processo aos coreanos."

Portanto Srs., a opinião aqui expressada em 2012 ("Mas se há uma encenação, quem a comanda e com qual o objetivo?") vem sendo confirmada pelos fatos, e os fatos não podem ser mantidos obscuros diante de uma escancarada "política do para-choque" aonde a Coréia do Norte atua testando os limites, principalmente das potencias com interesse no Pacífico, a mando ou com o beneplácito de Pequim. 

Eventualmente a China pronuncia-se pedindo moderação a seu "protetorado" norte da Península coreana, mas sem dúvida isso não passa de retórica política, pois os fatos demonstram-se por si só, e continuaremos a citar alguns, para que fiquem ainda mais evidentes.

Península Coreana

A Coréia do Norte manteve durante todo o ano de 2012, e ainda mantém, um discurso bélico e ameaçador, contribuindo grandemente para o aumento da tensão no Pacífico e fazendo com que EUA e China entrassem várias vezes em conflitos de interesses. 

Finalmente em Dezembro de 2012, a Coréia do Norte anunciou um novo lançamento de um satélite, e novamente enfrentou forte oposição internacional. O lançamento desta vez foi um sucesso, e mais uma vez a Comunidade internacional nada pode fazer.


Em Janeiro de 2013, a Agencia Oficial de Noticias da Coréia do Norte divulgou nota: "Não estamos disfarçando o fato de que vários satélites e foguetes de longo alcance que iremos disparar e um teste nuclear de alto nível que iremos realizar, estão direcionados para os Estados Unidos", disse a Comissão Nacional de Defesa da Coreia do Norte, segundo a agência estatal de notícias KCNA.

Em 12 de Fevereiro de 2013, o País realizou seu terceiro teste nuclear, e novamente a Comunidade internacional condenou, aprovou sanções e etc, mas nada de prático além da falatória e da retórica foi feito. O País ainda ameaçou, dizendo que iria realizar novos testes nucleares visando fortalecer seu poder de "dissuasão nuclear". Em Maio de 2013, dava quase como terminado mais um novo reator nuclear, que segundo especialistas, teria a capacidade de enriquecer plutônio para bombas. Em 2014 esta análise foi confirmada através de monitoramento por satélite.

Ainda em Julho de 2013, especialistas já apontavam para a possibilidade técnica de mais um teste nuclear da Coréia do Norte, e em 7 de Outubro de 2014, a Coréia do Sul advertiu ao Mundo que a Coréia do Norte elevou seus esforços de guerra e declarando "2015 como o ano em que completará a unificação" (da Penísula).

Enfim, o País atua como um joguete, realizando o "trabalho sujo" que outros não podem realizar, e com isso ganha proteção (alias muita proteção) e fundos; faz o que quer e nada acontece.

Como já dito, "um grande faz de conta de verdade, em que pessoas acabam morrendo, e no qual valioso tempo e valiosos recursos são gastos", mas que na prática, vem trazendo instabilidade e fazendo com que os  investimentos militares da região aumentem perigosamente.

Seu ditador, Kim Jong-Un é icônico como seu Pai, Kim Jong-Il. Seriam quase figuras queridas e simpáticas, não fossem os absurdos de toda a ordem cometidos por seu Regime. Recentemente, em algo que seria cômico se não fosse verdade, o Governo Norte-Coreano proibiu seus cidadãos de ter o nome de seu Líder, e  quem já tem o mesmo nome, tem que troca-lo. 

Kim Jong-Il e Kim Jong-Un (Pai e Filho)

Não é uma recomendação para a troca de nome, é uma ordem com sérias consequências para quem não cumpri-la, e para exemplificar, quando da morte de Kim Jong-Il, em dezembro de 2011, o povo foi filmado nas ruas e quem não estava "chorando de verdade", segundo o critério do Regime, foi punido.

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Sobre a China especificamente, a política implementada de indiretamente desafiar a comunidade internacional através do apoio as ações da Coréia do Norte, tem tido como custo principal a piora das relações entre o País e o EUA, e está cada vez mais claro para ambos e para os demais, que os países rumam em direção a um conflito bélico no futuro, caso permaneçam na disputa atual.

A região Ásia-Pacífico foi estabelecida como prioridade da ação geopolítica norte-americana desde o final de 2011, e o motivo principal já está dito, a China, que por sua vez, busca diminuir ao máximo a presença e a influência dos norte-americanos na região. Por causa disso o EUA, e também para dissuadir a Rússia diante da atual tensão entre os países,  decidiu intensificar a renovação de seu arsenal nuclear.

Por outro lado, a China investe pesadamente em novas tecnologias bélicas e na modernização de seu exército, e tem sido um dos expoentes em um novo tipo de ataque mortal, o cibernético. Em 15 ou 20 anos, o País irá rivalizar com o EUA em poderio bélico.

Cyberguerra China e EUA
Hackers afirmam que o EUA vem perdendo esta guerra

Embora não seja tão evidenciado como para o EUA, o desenvolvimento bélico chinês é notável, e por exemplo, foi o primeiro País a exibir tecnologia para destruir satélites. Em Dezembro de 2014, o Presidente da China Xi Jinping, "pediu pelo desenvolvimento mais rápido de novos equipamentos militares avançados para construir um Exército mais forte.".

LEIA:

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A Rússia torna-se cada vez mais aliada da China neste cenário, também por ver seus interesses prejudicados na Ucrânia, e mais recentemente com as sanções ocidentais por causa do apoio aos separatistas russos.  Daí volta-se cada vez mais aos seus pares asiáticos, notadamente a Índia e a China.

Em Junho de 2013, o Instituto Internacional de Pesquisas sobre a Paz de Estocolmo (Sipri), divulgou um estudo sobre o arsenal atômico mundial, em que afirma que a China, o Paquistão e a Índia, desde 2012, aumentaram e mantém a tendência de aumento de seus arsenais nucleares.

Lembro que os três países citados DÃO O NOME ao texto de 2008 chamado "Eixo Paquistão-Índia-China", que ilustra um cenário a longo prazo, possível do ponto de vista prático e profético, envolvendo principalmente estes 3 países e a Rússia. Recomendo sua leitura porque faz parte integrante do contexto deste texto, e embora tenha sido escrito há 6 anos, permanece bastante atual.


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Países como o Irã e Taiwan permanecem no cenário internacional, embora neste momento com menos intensidade do ponto de vista bélico. Menos em foco na mídia, mas 100% relevantes.

O Irã se aproximou Diplomaticamente do EUA, e posteriormente aceitou limitar seu programa nuclear e coloca-lo sob a supervisão da AIEA, em um acordo que vem sendo aparentemente cumprindo por Teerã, e isso diminuiu a pressão que o País recebia. Mas envolve-se agora contra uma nova força que surgiu no Oriente Médio, o  EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante); em inglês Islamic State of Iraq and the Levant (ISIL); ou ainda EIIS (Estado Islâmico do Iraque e da Síria) ou em inglês Islamic State in Iraq and Syria (ISIS), e isso traz consequências ainda imprevisíveis.

Território aproximado, controlado pelo EIIL

Também eclodiu a Guerra civil na Síria, o principal aliado do Irã no Oriente Médio, conflito que surgiu dos protestos na chamada "Primavera árabe", em 2011. O que esperava-se seria um conflito rápido com a derrota de Bashar Al-Assad, perpetua-se em combates que já duram 3 anos, e agora com a presença de outra força combatente já citada, o EIIL, e isso também levou a uma mudança nos rumos da política externa de Teerã.

Primavera árabe


A Líbia, que também enfrentou uma guerra civil para derrubar Kadafi do Governo, segue para a desagregação territorial, com milicias diversas lutando entre si para tomar o poder central. 

A Líbia já conta com representantes do EIIL fornecendo suporte técnico, bélico e ideológico, arregimentando seguidores e controlando algumas cidades líbias.

Neste cenário, recomendo a leitura dos textos "Oportuno Recordar Isaías" e "Guerras e Rumores de Guerras".


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Taiwan estabeleceu uma espécie de moratória com a China, e em Fevereiro de 2014 houve o primeiro "Diálogo Oficial"  entre os países, desde 1949.

Logo "China e Taiwan" 


Ainda assim, em outubro último, a China declarou que "espera que continuem relações "pacíficas" com Taiwan após eleições".

"Esperamos que nossos compatriotas do outro lado do estreito mantenham os frutos duramente trabalhados em nossas relações e que juntos salvaguardemos e continuemos contribuindo para um desenvolvimento pacífico das relações através do estreito", diz a declaração.

Para "bom entendedor", há uma ameaça contida nas entrelinhas de que a China não aceitará um retrocesso nas "negociações de aproximação", a retórica da China para dizer reintegração de Taiwan.

A China não aceita um NÃO com relação ao que considera seu território, e como exemplo disso temos  as manifestações para Democracia em Hong Kong, região  que foi inglesa em solo chinês, reintegrado a China em 1997, e que conta por isso de um sistema especial de Governo, chamado de "Região Administrativa Especial" que fornece relativa autonomia do Poder Central ("Um País, Dois Sistemas").

Ainda assim, a população local insatisfeita com a pressão do Governo Central Chinês, manifestou-se por mais Liberdade e Democracia e foi combatida com violência pelo Governo da RAE (Região Administrativa Especial), por pressão de Pequim, até que finalmente os líderes desistiram dos protestos.


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E assim seguimos, até que se chegue ao ponto que se deseja.

Até lá iremos conviver com neste "Grande Teatro",  em que pessoas morrem 
e recursos valiosos são desperdiçados.

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LEIA:



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Kimilsungismo
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Kimilsungismo, Ideologia Juche, ou apenas Juche, é uma filosofia política nascida do período de resistência à colonização japonesa na Coreia, que defende que os mestres da revolução e da construção social são as massas populares.

Juche em coreano pode ser traduzido como "Mestre de si próprio", e é uma ideologia centrada no homem, explicando o papel e a função que o mesmo exerce no mundo. Segundo essa ideologia, as massas são donas de tudo e forjam seu próprio destino. A construção e o progresso do socialismo só pode surgir delas. 

A ideologia fala essencialmente que o homem é que domina o mundo, com seu espirito criador, sua independência e sua consciência.

Kim-Il Sung, o primeiro líder da Coreia do Norte, de 1948 até sua morte, foi o idealizador da Ideologia Juche, e durante a resistência anticolonial coreana, ele buscou trazer as bases do marxismo leninista à realidade coreana, misturando elementos de culto a personalidade, do xintoísmo, do budismo e mesmo do cristianismo. 

As pessoas na Coreia do Norte rezam para a foto do grande líder, que faleceu em  8 de julho de 1994. Todos os anos, em 15 de abril, no aniversário de nascimento de Kim-Il Sung, fundador e presidente eterno da Coreia do Norte, comemora-se o Dia do Sol, que é o feriado nacional mais importante do país, o equivalente ao Natal em países ocidentais.

O Juche tem sido promovido pelo governo norte-coreano na política de Estado, e faz parte do sistema educacional desde que o conceito foi elaborado em 1955. Em 1977, o Juche substituiu o marxismo-leninismo na constituição da Coreia do Norte, solidificando a sua posição como ideologia oficial do país.

Me parece óbvio que o Juche não é focado no desenvolvimento individual da população Norte-coreana, e sim coletivo enquanto Estado forte, repressor, e com a manutenção de sua oligarquia.

Se algum dia houve a intenção de um foco real no desenvolvimento universal dos habitantes da Coreia do Norte, isso se perdeu há muito.

Resta hoje é o Culto a Kim-Il Sun e a sua dinastia,  Kim Jong-il e atualmente  Kim Jong-un, que na prática se comporta como um reinado absolutista, em um País fechado para o Mundo, e cuja a população não tem seus Direitos humanos básicos garantidos, principalmente caso falem ou façam qualquer coisa que desagrade o Estado ou sua liderança.   

Norte-coreanos não podem escolher aonde morar e nem aonde trabalhar, pais não podem escolher aonde seus filhos estudam, não há internet e nem chamadas internacionais por telefone, não há programas de TV ou radio estrangeiros, sequer musica estrangeira. Viajar dentro do Pais, só com permissão, e para o exterior é praticamente impossível. E a lista segue infindável, desde o corte de cabelo legalmente aceito, até prisão por porte de pornografia.

Calendário Juche

Este calendário é utilizado somente na Coréia do Norte, e segue a ideologia Juche. Os meses, semanas e dias têm a mesma marcação do calendário Gregoriano. 

A contagem cronológica do Calendário Juche começou em 1912, ano do nascimento de Kim Il-Sung, cultuado quase como uma divindade no país.  Os anos anteriores ao nascimento de Kim Il-Sung são grafados com o número, precedido da expressão A.J.

Em 2022, o calendário Juche está no ano 110.



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