O verdadeiro objetivo do conhecimento profético se alcança apenas pela reforma interior, e não pelo conhecimento acumulado em si mesmo.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Panspermia


Olá a todos,

Panspermia é a teoria que defende que as primeiras moléculas básicas para a vida na Terra, vieram do espaço trazidos pelo choque de corpos celestes, como meteoros e cometas.

O termo panspermia é derivado do grego ( “pan” = tudo e “spermia” = semente), o que pode ser traduzido como “sementes em todos os lugares”.

O conceito básico remonta as idéias de Anaxágoras na Grécia do Século V a.c., mas o conceito moderno é atribuído ao cientista alemão Hermann Von Helmholtz (ao lado), que em 1879 teorizou sobre a "Panspermia cósmica", afirmando que as "sementes de vida" são prevalentes em todo o Universo e que a vida na Terra começou quando uma dessas sementes aqui chegou, tendo-se propagado. 

A panspermia tanto poderia ser interestelar como interplanetária, segundo Von Helmholtz, e eram citadas as hipóteses dos cosmozoários, o transporte de germes por meteoritos e cometas, a chamada Panspermia balística.

Além da resistência religiosa e filosófica, a teoria foi posta em descrédito por séculos, devido a ideia da impossibilidade da manutenção da integridade estrutural de componentes vivos ou orgânicos no vácuo do espaço.

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Ainda no Século 19, outros cientistas como o alemão Hermann E. Richter, o inglês Ferdinand Cohn e o sueco  Svante Arrhenius, entendendo na época que os objetos que chegavam até nós, caindo no planeta, sempre caiam em estado de fusão, pelo menos em sua superfície, imaginavam que os próprios germens cósmicos (cosmozoários) flutuavam no espaço sob a forma de finíssima poeira, que lentamente caía na superfície da Terra.  

Arrhenius acrescentou que a luz exerce uma pequena pressão sobre os corpos que ilumina, e esta pressão, exercida sobre os germens cósmicos, facilitaria sua deposição na superfície dos mundos. Se estes mundos oferecerem condições favoráveis a proliferação da vida, ela poderá surgir. 


Foi o conceito básico da Radiopanspermia, e hoje considera-se outras formas de emissão de radiação além da luz, como as particulas Alfa, particulas Beta, radiação Gama, principalmente oriundas do vento solar emitido por nosso sol, 
e raios cósmicos originados em explosões de estrelasMagnetares, Pulsares ou Estrelas de Nêutron


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O conceito da Panspermia dirigida defende que seres extraterrestres dotados de inteligência, dispersaram propositadamente os elementos ou até mesmo os organismos precursores de vida, em variados planetas do Universo. E em alguns planetas a vida se desenvolveu e evoluiu, como na Terra.

Esta é a vertente mais polêmica da Panspermia, a menos cientifica e menos aceita, já que nem sequer a existência de vida extraterrestre foi comprovada pela Ciência. 

Embora isso, Francis Crick,  Prêmio Nobel, biólogo molecular, biofísico e neurocientista britânico conhecido por descobrir a estrutura da molécula de DNA em 1953, foi um dos mais importantes defensores dessa vertente da panspermia.

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Em 1929, o astrônomo Harlow Shapley, da Universidade Harvard, afirmou: "Nós,  seres orgânicos que nos descrevemos como humanos, somos feitos da mesma matéria que as estrelas". 

Foi uma observação surpreendente na época, já que nem se sabia exatamente o que fazia as estrelas brilharem. A frase tem uma variação conhecida de Carl Seagan, e o fato é que nossos átomos, os que compõem eu e você, vieram das estrelas.


Passariam décadas até que provas científicas demonstrassem que os átomos que nos compõem não apenas são os mesmos que os das estrelas, mas também que a maioria deles foi, na verdade, produzido pelas estrelas

Em Junho de 2008,  cientistas europeus e norte-americanos confirmaram pela primeira vez que um importante componente genético primitivo, encontrado em fragmentos de um meteorito, é de fora da Terra. O trabalho científico foi publicado no dia 15 de junho de 2008 no Earth and Planetary Science Letter e sugere que parte do rol de materiais que constituíram as primeiras moléculas de DNA e RNA, de fato veio das estrelas. 

Os materiais descobertos incluem moléculas de uracilo e xanthina, que são moléculas precursoras das moléculas que compõe o DNA e RNA, conhecidas como nucleobases. Os materiais foram encontrados em fragmentos de rocha do meteorito de Murchison, que caiu na Austrália em 1969. 
Fragmento de 1 micron do Meteorito de Murchison

Durante as pesquisas com o meteorito de Murchison, cientistas testaram os fragmentos para determinar se as moléculas eram de fato de fora da Terra, ou se eram resultado de contaminação com material local, ocorrido no momento da chegada à Terra. As análises mostraram que as nucleobases continham uma forma de carbono mais duro e que somente poderia ter se formado fora da Terra. Os compostos de carbono formados na Terra consistem em uma variedade mais leve. 

Os trabalhos foram liderados pela cientista Zita Martins, ligada ao Departamento de Engenharia e Ciências da Terra do Imperial College London, em conjunto com Mark Sephton, da mesma instituição. "Acreditamos que as formas iniciais de vida na Terra tenham adotado os nucleobases, provenientes de meteoritos, na codificação genética. Isso permitiu que suas características fossem passadas com sucesso para as gerações seguintes", disse Martins. 

Entre 3.8 e 4.5 bilhões de anos atrás, muitas rochas similares ao Meteorito de Murchison caíram na Terra, ao mesmo tempo em que as primitivas formas de vida ainda estavam se formando. Segundo o estudo, o intenso (grande) bombardeio tardio  trouxe grandes quantidades de material a Terra, muita água inclusive, na forma de cristais de gelo, e também levou estes materiais a outros planetas do Sistema Solar. 

Mark Sephton acredita que a pesquisa é um importante passo para a compreensão de como a vida inicial pode ter evoluído. "Como os meteoritos representam o material restante da formação do Sistema Solar, os componentes chaves para vida, incluindo os nucleobases, podem ter se propagado por todo o cosmos. À medida que mais elementos forem descobertos nos objetos vindos do espaço, melhor será a compreensão do início da vida", disse Sephton.


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Em Outubro de 2001, astrônomos da Universidade de Hong Kong encontraram compostos orgânicos de complexidade inesperada fora da Terra e em várias partes do Universo, em um estudo científico publicado na revista Nature. A descoberta sugere que esse tipo de composto não é exclusividade das formas de vida, e pode ser criado espontaneamente por estrelas. A pesquisa também demonstrou que as substâncias complexas, além de estar sendo produzidas por estrelas e galáxias, também estão sendo produzidas no espaço interestelar - o espaço "vazio" entre as estrelas.

Essa "poeira estelar" de compostos orgânicos complexos é similar em estrutura aos compostos orgânicos encontrados em meteoritos. Segundo o estudo, as evidências comprovam a ideia de que as estrelas foram "fábricas" de compostos orgânicos no início do sistema solar.

Recentemente pesquisadores da Nasa já haviam encontrado evidências em meteoritos da formação espontânea no espaço de alguns dos elementos que formam o DNA - através de uma reação não-biológica. 

A pesquisa, que analisou elementos rochosos vindos do espaço e comprovou que elementos orgânicos complexos, como os nucleotídeos, vieram do espaço, ajuda a sustentar a teoria de que o "kit" para a criação da vida da Terra veio pronto do espaço, entregue por colisões da Terra com cometas e asteroides.

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Em 2017 a Equipe do SDDS-III APOGEE, depois de analisar 1500 estrelas com o Apache Point Observatory Galactic Evolution Experiment (APOGEE), que fica no  Novo México (EUA), através de espectrometria, concluiu que os seres humanos quanto os Sóis, possuem 97% do mesmo tipo de átomos.  Começando pelos primordiais hidrogênio e hélio, elementos mais densos como ferro, oxigênio, carbono e nitrogênio foram  gerados numa série de reações termonucleares e então espalhados pelo espaço quando essas estrelas morreram e explodiram como supernovas, num frenesi termonuclear final.



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Cientistas descobriram em Novembro/2019, a ribose e outros açúcares essenciais, incluindo a arabinose e xilose, em dois meteoritos ricos em carbono chamados NWA 801 (encontrado em 2001 no Marrocos) e Murchison (caiu em 1969 na Austrália).

A ribose é um componente essencial do ácido ribonucleico (ARN).

ARN tem a função de uma molécula mensageira, que leva as informações genéticas do DNA (ácido desoxirribonucleico) até os ribossomos, as "fábricas" das células, que vão ler as instruções do ARN para produzir proteínas.

"Outros componentes importantes da vida já foram encontrados em meteoritos, incluindo aminoácidos (componentes das proteínas) e nucleobases (componentes do DNA e do ARN)", afirmou Yoshihiro Furukawa, pesquisador da Universidade de Tohoku, no Japão, e principal autor do estudo.

"Mas o açúcar era a peça que faltava entre os principais componentes básicos da vida."


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Em Março de 2020, foi publicado que os pesquisadores Dr. Jacob Heinz da Universidade Técnica de Munique e Dr. Dirk Makuch da Universidade Estadual de Washington, acreditam ter fundamentos para afirmar que moléculas recentemente encontradas em Marte pelo robô Curiosity, podem ter origem biológica.  

As moléculas são tiofenos, compostos orgânicos também encontradas na Terra, por exemplo, no carvão, no petróleo e até em trufas brancas, uma iguaria culinária.

Os dois pesquisadores afirmam que não podem descartar a origem do material a partir de matéria não-viva, mas apostam em sua origem a partir de processos biológicos.

No cenário biológico sugerido pela dupla, bactérias que podem ter existido há mais de três bilhões de anos, quando Marte era quente e úmido, poderiam ter facilitado um processo de redução de sulfato que resulta em tiofenos.  

Eles esperam tirar a prova usando equipamentos a bordo do robô Rosalind Franklin da ESA, que deverá pousar em Marte em 2022. Seu aparelho embarcado, MOMA, sigla em inglês para Analisador de Moléculas Orgânicas de Marte, será capaz de identificar isótopos que possam indicar fontes biológicas das moléculas. 

O robô foi batizado em homenagem a Dra. Rosalind Elsie Franklin (25 de julho de 1920 — 16 de abril de 1958), uma química britânica que contribuiu para o entendimento das estruturas moleculares do DNA, RNA, vírus, carvão mineral e grafite. Seus trabalhos sobre o carvão e o vírus foram reconhecidos em sua vida, e suas contribuições para a descoberta da estrutura do DNA tiveram amplo reconhecimento póstumo.

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Ainda em Março de 2020, foi noticiado que a equipe da Dra. Julie McGeoch, da Universidade de Harvard, por sua vez, acredita já ter estas provas em mãos.

A equipe anunciou ter encontrado um composto orgânico - mais especificamente uma proteína - dentro de um meteorito.

O objeto encontrado na Argélia em 1990, denominado Acfer094, foi cuidadosamente perfurado, o que permitiu extrair amostras não contaminadas de material, quando a rocha ainda vagava pelo espaço.

O pó extraído pelas brocas foi misturado com água e clorofórmio e vaporizado com um laser para transformar as amostras em gases, que são analisadas através da espectrometria de massa.

Quando examinaram os gases, os pesquisadores descobriram uma combinação de aminoácidos e átomos adicionais, o que eles afirmam ser evidência da primeira proteína extraterrestre já encontrada. O que falta agora é que outros pesquisadores revisem o estudo e repitam a análise de outras amostras do mesmo meteorito para confirmar a descoberta. Uma confirmação seria um resultado histórico, mostrando que a química que dá origem à vida pode ocorrer em lugares bem mais inóspitos do que nossa aconchegante Terra. 


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Água líquida é encontrada dentro de meteorito 
(Acréscimo de Maio/2021)

Cientistas encontraram pela primeira vez pequenas bolsas de água em estado líquido no interior de meteoritos muito antigos, da época da formação do Sistema Solar.

Já haviam sido encontradas hidroxilas (radicais OH) e moléculas de compostos hidratados em meteoritos, mas água mesmo (H2O) é a primeira vez, uma descoberta marcante para a compreensão da formação do Sistema Solar.

Embora a origem da água da Terra seja um dos maiores enigmas da ciência, a água parece ser relativamente abundante em nosso Sistema Solar, já tendo sido detectados sinais de gelo na Lua, em cometas, nos anéis de Saturno, em Marte, sob a superfície da lua Encélado e até vestígios de vapor d'água na atmosfera escaldante de Vênus.

A demonstração que faltava foi encontrada agora na forma de "inclusões fluidas" dentro do meteorito Sutter's Mill, um condrito carbonáceo originário de um asteroide que se formou 4,6 bilhões de anos atrás. (Matéria jornalistica)


foram encontradas em meteoritos 
(Acréscimo de Abril/2022)

Pesquisadores japoneses acabam de identificar as duas nucleobases do DNA que faltavam ser encontradas em amostras de meteoritos.

Com isto, agora já foram encontradas versões extraterrestres de todas as unidades básicas da chamada "molécula da vida".

Todo DNA e RNA, que contêm as instruções para construir e operar cada ser vivo na Terra, contêm cinco componentes de informação, chamados nucleobases - adenina, guanina, citosina, timina e uracila

Até agora, os cientistas que vasculhavam amostras extraterrestres haviam encontrado apenas três das cinco.

A equipe do professor Hiroshi Naraoka, da Universidade de Hokkaido, completou o quadro identificando as duas outras, a citosina e a timina. (Matéria jornalistica)


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O conceito da Panspermia conforme admitida pela Ciência, não tem relação com Doutrina de Pensamento, Filosofia ou Religião, mas traz uma série de idéias derivadas de sua comprovação, que possivelmente iriam contradizer algumas Doutrinas, Filosofias e Religiões.

A principal delas, penso, é a analogia de asteroides e cometas como sementes dos elementos básicos a vida, um conceito chamado especificamente de Litopanspermia, oriundo do prefixo greto lito, que significa pedras. Seria a vida transportada por rochas. 

E também traz a inevitável conclusão de que a vida é um processo contínuo e não restrito a Terra. 

Como asteroides e cometas existem por todo o Universo e como se chocam com outros corpos celestes de forma recorrente (Panspermia balística); então se houverem as condições favoráveis a vida nestes locais, a vida poderá florescer. 

Portanto já aconteceu, está acontecendo e tornará a acontecer. 

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Outra questão relevante trata do conceito oferecido pela Panspermia dirigida, que mesmo não sendo aceita cientificamente e carecendo de provas, conquistou simpatizantes e ajudou a criar uma série de teorias derivadas de sua principal ideia, a de que seres extraterrestres foram responsáveis pela formação da vida na Terra ou ainda por sua Evolução, interferindo principalmente na evolução humana. Embora alguns tratem tais afirmações como certezas, a maioria das afirmações não são certezas e não são científicas.  

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Processo contínuo e natural

NEO é o acrônimo do inglês "Near-Earth Object" (Objeto Próximo a Terra), termo usado para definir asteróides, meteoritos e cometas, cuja a órbita entra em algum momento, em interseção com a órbita da Terra. Quando ocorrem estas interseções, as chances de colisões, podem ser reais.

Clique para visitar a página 
NEO Earth Close Approaches da Nasa-JPL
NEO Earth Close Approaches

O Choque com um NEO pode representar uma enorme tragédia para a Humanidade, e devemos buscar nos prevenir disso. Portanto iniciativas como as da NASA e da ESA para nos proteger de PHOs (Potentially Hazardous Objects) ou Objetos potencialmente perigosos, são muito bem vindas. O conceito de PHOs engloba o de PHAs (Potentially Hazardous Asteroids), é mais recente e mais amplo por abranger também os cometas.

Por outro lado, por exemplo, o choque com um NEO de proporções gigantescas nos deu a Lua, e sem nosso satélite o desenvolvimento da vida na Terra seria impossível.

O intenso bombardeio tardio já citado neste texto, trouxe muita água para nosso planeta, e esta água foi fundamental para a formação de nossos oceanos. A água, assim como os oceanos, foram fundamentais a criação e evolução da vida na Terra.

E bilhões de anos depois, outro evento ocorrido há 65 milhões de anos, possibilitou a ascensão dos mamíferos, cuja a evolução resultou no Homo Sapiens, os Seres Humanos.

Portanto o choque com NEOs demonstra ser um processo contínuo e natural, que destrói mas também propicia condições para o desenvolvimento da Vida e sua evolução.

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Descoberta a cratera de asteroide 
mais antiga do planeta
(Acréscimo de Janeiro/2020)

Um estudo publicado hoje (21/01/2020) no periódico científico Nature Communications identificou o mais antigo ponto de impacto de um asteroide com a Terra, a Cratera yarrabubba, cuja marca ainda é observável — ainda que de forma mínima.

Trata-se de uma cratera deixada há 2,2 bilhões de anos na superfície do nosso planeta. O buraco fica na porção ocidental da Austrália. Hoje, o que restou é uma pequena marca; no entanto, na época do choque, calcula-se que a cratera tivesse cerca de 64 quilômetros de diâmetro.

Com o tempo, a erosão provocada pela chuva, vento, tectonismo e neve encobriram e reorganizaram a estrutura, o que a deixou praticamente irreconhecível em comparação com o passado. É justamente a intensidade dessa erosão que permitiu que os pesquisadores percebessem a antiga idade da cratera: quanto mais erosão, mais anos de existência. Além disso, amostras de terra do local foram testadas em laboratório para confirmar sua idade e verificar sua composição.

O período do impacto coincide com o fim de uma das Eras do Gelo pelas quais a Terra passou. Segundo os cientistas, o choque do asteroide com o gelo na superfície do planeta pode ter gerado vapor d’água suficiente para alterar o clima terrestre e antecipar o final do período glacial.

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Para que Ciência explique a vida, 
precisamos ampliar o Universo
(Acréscimo de Março/2020)

Podemos estar mais longe do que pensávamos de responder a uma das grandes questões existenciais - Como a vida começou?

A ciência moderna propõe que a vida começou por um processo chamado abiogênese, ou geração espontânea - de forma mais coloquial, a vida "começou por acaso" quando as moléculas necessárias se juntaram em algum lugar.

Como a ciência propõe também que o Universo teve um começo - cerca de 13,8 bilhões de anos atrás - então a vida deve ter começado em algum ponto nesse tempo.

Mas apesar de todos os conhecimentos acumulados no campo da biologia e da física, os detalhes ou mecanismo sobre como a vida começou, são largamente especulativos.  

Impossibilidades matemáticas

Como a única vida que conhecemos esta na Terra, os estudos científicos sobre as origens da vida se concentram nas condições específicas que encontramos aqui - embora haja propostas variadas envolvendo a panspermia, incluindo a de que a vida surgiu em Marte e veio para a Terra.

Assim, a maioria das pesquisas na área analisa os componentes mais básicos comuns a todos os seres vivos conhecidos: o ácido ribonucleico ou RNA. Essa é uma molécula muito mais simples e essencial do que o mais famoso ácido desoxirribonucleico, ou DNA, que define como os seres vivos são "montados".  

O problema é que mesmo o RNA ainda é várias ordens de magnitude mais complexo do que os tipos de compostos químicos - tipicamente conhecidos como "blocos básicos da vida" - que costumamos encontrar flutuando no espaço, em asteroides, cometas ou planetas.

O RNA é um polímero, o que significa que ele é formado por cadeias químicas, neste caso conhecidas como nucleotídeos. Os cientistas nesse campo propõem que é necessário compor um RNA com algo entre 40 a 100 nucleotídeos para alcançar o comportamento de autorreplicação necessário para a vida existir.

Se tiverem tempo suficiente, os nucleotídeos podem se conectar espontaneamente pelo Universo para formar uma molécula de RNA, desde que os blocos fundamentais encontrem as condições químicas corretas.

Mas é aí que surge o grande problema: As estimativas atuais indicam que seria matematicamente impossível que o número mágico de 40 a 100 nucleotídeos fosse atingido no volume de espaço que consideramos o Universo observável durante o que consideramos ser a idade do Universo.  

Para continuar levando a abiogênese a sério, o professor Tomonori Totani da Universidade de Tóquio, está propondo uma resposta: "Como nossa hipótese da origem da vida está correta e nossos cálculos da idade do Universo estão corretas, então precisamos ampliar o tamanho do Universo."

"Na cosmologia contemporânea, concorda-se que o Universo passou por um período de inflação rápida, produzindo uma vasta região de expansão além do horizonte do que podemos observar diretamente. A inclusão desse maior volume nos modelos de abiogênese aumenta enormemente as chances de ocorrência da vida," defende Totani.   

Segundo a cosmologia, o Universo observável contém cerca de 10 sextilhões de estrelas (10 a 22). Em termos estatísticos, a matéria em tal volume de espaço só seria capaz de produzir RNAs de 20 nucleotídeos durante estes 13,8 bilhões de anos.   

Alguns modelos cosmológicos que levam a inflação cósmica em consideração, porém, propõem que o Universo possa conter mais de um googol (10 a 100) de estrelas.  Um googol é uma grandeza representada pelo número 1 seguido de cem zeros, ou 10.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000.­000 de estrelas.

Se esse for o caso, estruturas de RNA mais complexas e que sustentam a vida seriam muito mais prováveis.

"Tal como muitos [outros pesquisadores] nesse campo de pesquisa, sou movido pela curiosidade e por grandes perguntas," disse Totani. "Combinando minhas investigações recentes sobre química do RNA com minha longa história de cosmologia me levou a perceber que há uma maneira plausível de o Universo ter passado de um estado abiótico (sem vida) para um estado biótico. É um pensamento emocionante e espero que as pesquisas [futuras] possam se basear nisso para descobrir as origens da vida."


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Stephen Hawking

Em seu discurso, Hawking fala sobre Panspermia.
Video

Na série de palestras do 50º aniversário da NASA na 
Universidade George Washington, em 21 de abril de 2008. 



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